Além das olheiras: 5 sinais que você está dormindo mal, segundo a ciência
Resumo da notícia
- Precisamos de 7 a 9 horas de sono por dia, de acordo com a Fundação Nacional do Sono (EUA)
- Além da quantidade, a qualidade do sono também importa
- Dormir mal causa um desequilíbrio no organismo, o que pode gerar diferentes sintomas
- Diminuição de libido, mau humor e baixa produtividade estão entre os sinais que você não está dormindo o suficiente
Um adulto precisa de sete a nove horas de sono por dia, como você já deve ter ouvido falar. O cálculo foi baseado em uma revisão de estudos da Fundação Nacional do Sono (EUA), e é usado como referência por especialistas no mundo todo.
No total, passamos cerca de ? de nossas vidas dormindo —nenhuma atividade ocupa mais tempo do que isso! Fatores individuais, como estilo de vida e genética, podem influenciar esse intervalo, aumentando ou diminuindo a necessidade de cada um. Para uma pessoa com atividade física intensa, ela é maior, por exemplo.
E para que precisamos dormir tanto? Quanto mais complexo o cérebro, mais horas de sono ele necessita. Por isso os mamíferos estão entre os seres que mais dormem. Não é apenas um período de repouso, como se pensava antigamente. Entre as funções do sono, retenção da memória e aprendizado são as mais conhecidas e documentadas.
Mas enquanto você dorme, o seu organismo também trabalha os sistemas endócrino e imunológico. Cada vez mais estudos mostram, porém, que não é só a quantidade que importa, como também a qualidade do sono. A seguir, confira alguns sinais de alerta, que vão muito além de passar o dia bocejando.
Comer demais
De acordo com uma revisão de estudos do King's College London (Reino Unido), uma pessoa que não dormiu o suficiente pode consumir 385 kcal a mais por dia. Em uma das pesquisas, observou-se que a área do cérebro relacionada à recompensa naqueles privados de sono era mais ativada quando eles eram expostos à comida, em relação àqueles que haviam dormido o bastante.
Uma possível explicação, de acordo com os cientistas, diz respeito ao desequilíbrio do nosso metabolismo, o que afetaria a regulação da leptina e da grelina, hormônios relacionados à saciedade e à fome, respectivamente.
"Explodir" com frequência
Quando um bebê começa a chorar sem motivo aparente, os pais logo já sabem o motivo: fome ou? sono! Pois saiba que essa irritabilidade também aparece em adultos que dormem pouco.
Uma pesquisa do Instituto de Psicologia e Neurociências do Comportamento da Califórnia (EUA) mostrou que pessoas que dormem o número de horas recomendado pelos especialistas apresentam comportamentos menos explosivos e agressivos. Por isso, se você anda perdendo a paciência por qualquer coisa, talvez uma boa noite de sono (ou várias) ajude a melhorar o humor. Seus colegas de trabalho vão agradecer, pode ter certeza.
Entregar menos no trabalho
Além da irritabilidade, a dificuldade para se concentrar também é um sintoma comum da falta de sono. Com o tempo, é de se esperar que tudo isso interfira na produtividade. Conforme um levantamento da Escola de Medicina de Harvard, problemas com insônia, por exemplo, levam à perda de US$ 63,2 bilhões ao ano na economia, só nos EUA.
Ao considerarmos que uma noite mal dormida tem efeito semelhante à embriaguez em nossos reflexos, como sugeriu um estudo da Universidade de New South Wales (Austrália), faz todo o sentido, não é mesmo?
Ter pouca ou nenhuma vontade de sexo
Segundo pesquisa da Universidade de Michigan (Estados Unidos) feita com mulheres, existe uma relação direta entre a quantidade de horas dormidas e os níveis de desejo sexual no dia seguinte. Para cada hora adicional, aliás, há um aumento de 14% nas chances de elas terem relações com seus parceiros.
Dormir mal, no entanto, também pode afetar a produção de testosterona e, por consequência, a sexualidade masculina, como mostrou um estudo da Universidade de Chicago (Estados Unidos).
Esquecer as coisas com frequência
Não lembra onde deixou as chaves do carro, esqueceu o aniversário do seu irmão, perdeu uma consulta médica? E tudo na mesma semana? Vale checar se você tem dormido bem e o bastante, então.
A explicação, segundo estudo da Universidade Groningen (Holanda) em parceria com a Universidade da Pensilvânia (Estados Unidos), estaria no fato de que a privação de sono afeta a comunicação entre os neurônios do hipocampo, região cerebral ligada à memória.
Quando é o caso de buscar ajuda
No livro "Como entender e melhorar o meu sono?" (editora Caule de Papiro), o neurocientista John Araujo, professor do Laboratório de Neurobiologia e Ritmicidade Biológica da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), enumera algumas situações que merecem ser investigadas.
Busque um profissional caso, três ou mais noites por semana, você:
- Demorar mais de 30 minutos para conseguir pegar no sono;
- Tiver dificuldade de voltar a dormir ao acordar no meio da noite;
- Acordar muito mais cedo do que o normal pela manhã;
- Não se sentir revigorado, mesmo após sete a oito horas de sono;
- Precisar de estimulantes para se manter acordado durante o dia.
Fontes: John Araujo, neurocientista, professor do Laboratório de Neurobiologia e Ritmicidade Biológica da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Julio Pereira, neurocirurgião da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Monica Andersen, biomédica, diretora do Instituto do Sono, unidade AFIP (Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa).
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