Ela venceu compulsão e perdeu 16 kg após os 41: "Não há idade para mudar"
Aos 41 anos, com 83 kg e duas gestações, Luciana de Lima Tavares Brito, 45, não aguentava mais viver obesa, sofrendo com compulsão alimentar e por compras e com a autoestima baixa. Encorajada pelo filho de 7 anos a não desistir de tentar melhorar hábitos, a professora procurou ajuda. Com terapia, reeducação alimentar e atividade física, mudou corpo e mente e perdeu quase 20 kg. A seguir, ela conta como conseguiu:
"Eu venho de uma família de obesos: meu pai, meu irmão, meus tios e meus primos eram gordos. Aos 12 anos, eu já me sentia deslocada dos colegas da escola por causa do sobrepeso e fiz a minha primeira dieta, a do limão. Foi uma irresponsabilidade. A alimentação não era nada saudável e me fez muito mal, tanto que meu cabelo começou a cair. Minha mãe me levou ao médico e tomou uma bronca dele. Ele disse que eu era uma criança e que ela não poderia permitir que eu ficasse fazendo dietas da moda.
Aos 16 anos, consegui emagrecer pela primeira vez após começar a fazer aula de dança. Fui dos 69 kg aos 57 kg. Mantive o peso por alguns anos, mas, depois que entrei na faculdade, voltei a me alimentar de forma ruim e a engordar. No café da manhã e no jantar eu comia lanches, fritura, massas, biscoito recheado, tomava refrigerante. Cheguei aos 75 kg.
Ao longo dos anos, fiz dietas mirabolantes e tomei remédios para emagrecer. Quando tinha alguma festa para ir, fazia a dieta mais restritiva que tinha para poder 'entrar' no vestido. Chegando lá, eu não me controlava e me empanturrava de comida.
Em 2005 eu casei e, três anos depois, tive o meu primeiro filho, o Raphael. Após a gestação do segundo filho, Miguel, eu não consegui mais emagrecer e desenvolvi uma compulsão alimentar. Tentava suprir as minhas frustrações com a comida.
A obesidade afetou muito o meu emocional, entrei em depressão e passei a não aceitar o meu corpo a ponto de me bater. Quando eu me olhava no espelho, batia no meu rosto, dizia coisas negativas ao meu respeito, que eu não gostava de mim. Minha autoestima estava tão lá embaixo que eu não me achava bonita e só tinha relações sexuais com meu marido, o Fabiano, no escuro, por vergonha do meu corpo. Ele sabia do meu sofrimento e nunca criticou a minha aparência ou cobrou que eu emagrecesse.
Nunca tinha uma roupa com que eu me sentisse bem, toda vez que precisava sair, fazia compras. Além da compulsão alimentar, eu já estava desenvolvendo a compulsão por compras. Eu tinha um guarda-roupa de gorda e um de magra.
Teve um dia que eu tinha acabado de comer e estava chorando. Eu dizia para mim mesma: 'Vou desistir, não aguento mais essa luta contra a obesidade, vou tentar ser feliz gorda'. Meu filho mais velho, que na época tinha sete anos, colocou a mão no meu rosto e disse: 'Mamãe, não desiste porque se a senhora desistir quem é que vai falar: 'Raphael, não come porcaria'. Isso me deu um start e eu pensei:
Eu não estou sozinha, tudo o que faço tem reflexo direto nos meus filhos. Quero ser um bom exemplo para eles"
Naquele momento eu estava desacreditada, com 41 anos, 83 kg, percentual de gordura em 43%, já havia tido duas gestações. Estava me sentindo mal e sabia que não seria fácil, já tinha desistido de lutar sozinha e resolvi procurar ajuda.
Iniciei meu processo de emagrecimento no dia 8 de março de 2016, Dia Internacional da Mulher, com terapia, atividade física e reeducação alimentar. Ao contar minha história ao meu personal trainer, ele me orientou a procurar uma psicóloga. Ele disse que nenhum treino que ele me passasse teria efeito se antes eu não cuidasse da minha mente. Eu fiz tratamento durante um ano e cinco meses.
Uma das técnicas que a psicóloga utilizou comigo foi a de atenção plena. Ela me ensinou a não comer mais de forma automática, mas a prestar atenção todas as vezes que eu ingeria um alimento, a mastigar devagar, a sentir a consistência, a textura, o sabor. Ela me ensinou a não ser mais escrava da comida.
Já fazia academia havia anos de forma irregular, só que dessa vez, com a orientação do meu personal, eu passei a fazer o treino com foco, disciplina e metas reais de emagrecimento. Eu fazia HIIT (treino intervalado de alta intensidade) e depois musculação.
Na parte da alimentação, eu já tinha ido a cinco nutricionistas. Uma delas ficou brava porque eu não atingi o objetivo que ela tinha estabelecido e foi insensível ao me dizer para eu só voltar com ela no dia que decidisse emagrecer de verdade. Achei uma outra profissional que me deu o atendimento humanizado que eu precisava.
Ela montou um plano alimentar que se aproximava do meu gosto e da minha realidade, mas com trocas saudáveis. Por exemplo, em vez de comer escondidinho de carne seca com requeijão, comia um escondidinho de carne moída com inhame. Em vez de lasanha ao molho branco, montava uma lasanha de berinjela. Na sobremesa, em vez do bolo de chocolate era bolo de banana com aveia.
Além disso, a nutri deu uma dica que funcionou comigo. Quando eu ficava muito ansiosa e queria exagerar em algum alimento, eu comia 50 gramas de pipoca feita na pipoqueira elétrica, sem óleo, sem manteiga e sem sal, para diminuir a ansiedade e vontade de comer.
Em dois anos, meus números mudaram consideravelmente. Saí dos 83 kg para os 66 kg e baixei o percentual de gordura de 43% para 17,8%. Meu corpo e minha mente passaram por uma reconstrução.
Brinco que depois de 'velhinha', fiquei toda durinha (risos), ganhei massa magra e defini a musculatura. Treinar virou a minha terapia'
Em 2018, aos 43 anos, a corrida entrou na minha vida e já deu alguns frutos. Participei de uma competição em que fiquei em 1º lugar na minha faixa etária, de 40 a 44 anos, com o melhor tempo em 10 km. E, no geral, fiquei em 3º lugar. Agora, meu próximo objetivo é correr uma meia maratona (21,097 km). Este ano, aos 45, comecei a fazer futevôlei por incentivo dos meus filhos.
Hoje, sou um exemplo dentro e fora da minha casa, o que mais me motiva a seguir nesse caminho são a minha saúde e os meus filhos. Agradeço a Deus pelo apoio da minha família e por ter colocado profissionais tão competentes, comprometidos, que respeitaram minha história e acreditaram no meu potencial e na minha capacidade de superação.
Todas as dificuldades que eu passei serviram de alicerce para eu dizer com toda a certeza que é possível, sim, recomeçar e vencer a obesidade e os hábitos ruins depois dos 40 anos e em qualquer idade."
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