Teste auditivo pode ajudar no diagnóstico de autismo, sugere estudo
Pesquisadores da Miami University e da Harvard Medical School, nos EUA, fizeram uma descoberta que pode ajudar no diagnóstico precoce de autismo. De acordo com o estudo, publicado no periódico Autism Research no dia 2 de novembro, os testes auditivos feitos em recém-nascidos são capazes de detectar indicadores do autismo.
Segundo os autores, esses testes já são mundialmente aplicados para diagnosticar perdas auditivas assim que o bebê nasce —no Brasil, seria como o Teste da Orelhinha. O utilizado no estudo, chamado ABR (Auditory Brainstem Response, em português, "Resposta Auditiva do Tronco Cerebral"), avalia a capacidade do ouvido interno e do cérebro em responder ao som do ambiente.
Como o estudo foi feito?
Os pesquisadores usaram bancos de dados de bebês nascidos da Flórida (EUA) com deficiência auditiva diagnosticada por meio do teste. Normalmente realizados em maternidades de hospitais, os exames fazem gravações em computador e mostram a atividade do nervo auditivo do bebês, que são expostos a sons suaves transmitidos por eletrodos colocados no couro cabeludo deles.
O estudo analisou cerca de 140 mil gravações auditivas dos recém-nascidos no estado norte-americano e comparou com dados registrados pelo Departamento de Educação da Flórida, que possui informações de crianças com deficiência no desenvolvimento.
Quais foram os resultados?
Após a análise das 140 mil gravações, os pesquisadores localizaram 321 crianças que fizeram o teste quando nasceram e, mais tarde, foram diagnosticadas com autismo, mas já na idade pré-escolar. Eles também descobriram que os recém-nascidos que mais tarde foram diagnosticados com autismo tiveram respostas cerebrais mais lentas aos sons durante os testes.
Por que este estudo é importante?
De acordo com a coautora do estudo, Elizabeth Simpson, e também professora de psicologia da Miami University, o resultado mostra uma "direção promissora" em como os testes de audição podem ser usado para o diagnóstico preciso de autismo após o nascimento.
Além disso, o autor principal do estudo e pesquisador da Harvard Medical School, Oren Miron, destaca que a detecção precoce é essencial para que as intervenções médicas tenham maior impacto no desenvolvimento infantil.
Com essa descoberta, os pesquisadores esperam agora adicionar novas ferramentas para que o teste seja capaz de fazer o diagnóstico de outras deficiências no desenvolvimento.
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