Vacina de Oxford comprova segurança e resposta imune inclusive em idosos
A vacina da farmacêutica AstraZeneca, feita em parceria com a Universidade de Oxford, provou que é segura e tem "forte resposta imune" em idosos. Essa conclusão foi detalhada e comprovada com dados na revista científica "The Lancet". A vacina está na fase 3 de testes e tem chances de ser aplicada nos brasileiros, se for aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A AstraZeneca já tinha anunciado a conclusão dessa fase, mas agora apresentou detalhes dos testes. O estudo foi feito com 560 participantes, sendo que 240 pessoas tinham mais de 70 anos. São pessoas que nem sempre tem reações eficientes a vacinas, mas dessa vez o resultado foi positivo.
As 560 pessoas foram divididas em 10 grupos, que receberam a vacina (em diferentes doses) ou então uma vacina de meningite, para formar o grupo controle. Os participantes com mais de 55 anos também foram divididos em grupos e receberam uma única dose da vacina, ou duas doses com 28 dias de intervalo.
Diante de toda essa variação, chamou atenção que os efeitos adversos foram menos comuns em idosos do que em adultos e jovens. E todas reações foram leves, como dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, febre e dor muscular.
A resposta imune, ou seja, a produção de anticorpos, foi semelhante em todas as faixas etárias, após a segunda dose.
"As respostas de anticorpos foram induzidas em todas as faixas etárias e foi reforçada e mantida 28 dias após a vacinação de reforço, incluindo o grupo com 70 anos ou mais", diz o estudo da AstraZeneca.
Quando ficará pronta?
Atualmente a vacina de Oxford está na fase 3 de testes. Voluntários da Inglaterra, Índia, Brasil, África do Sul e Estados Unidos estão tomando os imunizantes para medir a eficácia.
Recentemente o coautor da pesquisa, Andrew Pollard, disse que é possível encerrar esses estudos até o Natal. "Estou otimista que podemos chegar a esse ponto antes do final deste ano", disse ele à BBC.
O Brasil tem colaborado com a pesquisa, através da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), e já manifestou interesse de comprar a vacina de Oxford se ela for aprovada pela Anvisa.
Recentemente a agência brasileira viajou até a China para, entre outras coisas, fazer uma vistoria na Wuxi Biologics, empresa produtora dos insumos utilizados pela AstraZeneca. A Anvisa vai analisar o local para futuramente emitir ou não a certificação de boas práticas de fabricação, que é um requisito indispensável para eventual registro das vacinas contra covid-19.
Outras vacinas
Atualmente 4 vacinas estão sendo testadas no Brasil. Além da vacina de Oxford, tem também também os imunizantes Pfizer/BioNTech, CoronaVac (SinoVac) e Janssen (Johnson & Johnson).
Ontem a Pfizer anunciou novos resultados da fase 3 e apontou que a vacina tem 95% de eficácia.
O governo de São Paulo já comprou 6 milhões de doses prontas da CoronaVac, das quais 120 mil chegaram ao país hoje. O governo federal já informou que não pretende aplicar essa vacina na população, por isso a disputa pode parar na Justiça.
Na terça-feira, a Anvisa aprovou uma norma que permite que empresas interessadas em registrar uma vacina enviem dados técnicos sobre os testes de forma contínua. O objetivo é acelerar o registro de vacinas contra a covid-19.
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