Infarto em mulheres: campanha alerta importância de diagnóstico rápido
As doenças cardiovasculares são as que mais matam as mulheres, segundo o DataSUS (2018). O infarto, inclusive, mata oito vezes mais do que o câncer de mama. Os sintomas, em muitos casos, não são evidentes e podem ser confundidos com outras doenças. Para jogar luz ao assunto, a SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) lançou uma campanha "Mulheres também infartam" no início do mês.
"O objetivo é chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde para o fato de que esse problema é subdiagnosticado, principalmente nos dias de hoje, já que a covid também pode provocar sintomas atípicos e atraso no início do tratamento por receio e procurar um hospital", diz Viviana Guzzo Lemke, cardiologista intervencionista da SBHCI, coordenadora do grupo MINT, (Mulheres Intervencionistas). "Também temos o objetivo de ressaltar a importância do diagnóstico rápido, pois no caso do infarto, cada minuto conta", alerta.
Os sinais mais conhecidos do infarto são dor no peito que irradia para o braço e suor frio, mas eles nem sempre aparecem. Outros sintomas são falta de ar, arritmia e cansaço extremo, o que pode confundir as mulheres, inclusive os profissionais de saúde.
Além disso, as mulheres costumam ser mais tolerantes à dor, o que aumenta ainda mais as chances de ela demorar muito para procurar ajuda especializada, permitindo que o caso fique mais complicado. Outro ponto que merece atenção no caso são as alterações hormonais, como as provocadas pelas pílulas anticoncepcionais, que podem favorecer a formação de coágulos, principalmente se estiverem associadas ao fumo.
Estimativas já revelaram que esse público apresenta probabilidade 50% maior de morrer em decorrência de um infarto, o que pode ser explicado pelo fato das artérias delas serem mais estreitas, aumentando o risco de as placas de gordura interromperem a passagem do sangue.
O coração da mulher moderna
O cirurgião cardiovascular e colunista do VivaBem, Edmo Atique Gabriel, explica que o efeito cumulativo de tantas atividades consubstancia o grau excessivo de estresse cardiovascular feminino. "Não há como não descompensar em alguns momentos, apresentando sintomas como angina, palpitações, tontura e falta de ar, já que os hormônios femininos variam tanto ao longo da vida e as tensões e responsabilidades não cessam de acumular", escreveu em sua coluna.
O especialista conta que a saúde cardiovascular feminina tem sucumbido, nas últimas décadas, aos agravos como infarto, derrame, trombose e arritmias. Cada vez mais mulheres de todas as idades, surpreendentemente as mais jovens inclusive, têm sido vítimas de eventos cardiovasculares fatais.
"Ser moderno não implica necessariamente em ter melhor qualidade. O nível de estresse cardiovascular feminino tem sido inversamente proporcional às perspectivas preconizadas para uma mulher moderna saudável. Isso não pode continuar".
Para ter uma melhor saúde cardiovascular, é importante:
- Evitar sedentarismo;
- Não fumar;
- Manter alimentação equilibrada;
- Praticar atividade física regularmente.
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