Prática esportiva reduz sintomas de TDAH em meninas de 6 a 10 anos
Desde a melhora na saúde cardiovascular e controle do peso, até o bem-estar físico e mental, a prática esportiva é fundamental para termos uma vida saudável em todas as idades. Mas além disso, a atividade física pode melhorar o comportamento e a atenção de meninas com idade entre seis e 10 anos, segundo pesquisa conduzida pela Universidade de Montreal, no Canadá.
O estudo, publicado em setembro, contou com a análise de 1.997 crianças. Destas, 991 eram meninas e 1.006, meninos. O primeiro passo foi a aplicação de um questionário aos pais com perguntas sobre a prática de atividades extracurriculares com professores ou instrutores, isso quando as crianças tinham seis anos de idade. A próxima ação foi perguntar aos instrutores das crianças com 12 anos a respeito do comportamento durante a realização das atividades.
Com os dados em mãos, os pesquisadores da universidade canadense fizeram associação com os sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), responsável por atrapalhar a criança na habilidade de processar informações e no aprendizado escolar. O resultado mostrou que meninas que praticam esportes regularmente melhoram seus sintomas em relação a garotas que participam de forma irregular.
A razão, segundo os estudiosos, é que a prática esportiva melhora a concentração e o relacionamento com colegas, questões fundamentais em um tratamento de jovens com TDAH. "Portanto, de uma visão de saúde pública, esporte tem potencial de ser positivo, sem rotular e inserindo abordagens que promovem um bem-estar psicológico", conta Linda Pagani, psicóloga e pesquisadora da Universidade de Montreal.
As diferenças do diagnóstico de TDAH em meninos e meninas
Os especialistas explicam que em meninas, a melhora do comportamento e concentração com a prática de esporte é mais significativa porque em muitos casos a TDAH não é diagnosticada ou é identificada de forma tardia, já que seus sintomas muitas vezes não são notados ou são mais tolerados em casa e na escola. "Há uma maior prevalência de manifestações disruptivas de comportamento em garotos. Consequentemente, garotos tendem a receber medicamentos mais cedo e os benefícios da prática esportiva acabam sendo mais sutis", explica Pagani.
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