Esquecer de pagar conta pode ser um sinal precoce de demĂȘncia e Alzheimer
Um estudo publicado na Ășltima segunda-feira (30) na revista mĂ©dica JAMA mostrou que pacientes com um nĂvel de educação mais baixo, e que mais tarde desenvolveram demĂȘncia ou Alzheimer, nĂŁo pagavam as contas do cartĂŁo de crĂ©dito atĂ© sete anos antes do diagnĂłstico.
"Nesse caso, nĂŁo sabemos se Ă© porque eles nĂŁo estĂŁo recebendo cuidados de saĂșde tĂŁo rapidamente e Ă© por isso que temos um perĂodo mais longo, ou os sintomas apenas se materializam mais cedo para eles", disse a principal autora do estudo e professora associada da Universidade Johns Hopkins, Lauren Hersch Nicholas, em entrevista Ă CNN.
Os pacientes com um nĂvel de educação melhor deixaram de fazer os pagamentos atĂ© dois anos e meio antes da manifestação da doença. Lis Nielsen, diretora da DivisĂŁo de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto Nacional de Envelhecimento, revisou o estudo de forma independente. Ela disse Ă CNN que Ă© difĂcil dizer por que o grupo de educação inferior mostrou sintomas financeiros no inĂcio.
"Existe a possibilidade de que o diagnĂłstico de demĂȘncia chegue mais tarde para alguns grupos menos favorecidos, devido Ă falta de capacidade de obter acesso a bons cuidados. Sabemos de alguns grupos minoritĂĄrios que o diagnĂłstico Ă© frequentemente posterior nesses grupos, em comparação com indivĂduos ricos, Brancos e socioeconomicamente favorecidos".
Os pesquisadores analisaram os dados do relatĂłrio de crĂ©dito ao consumidor de pacientes que vivem sozinhos nos Estados Unidos. Ao todo, mais de 81.000 beneficiĂĄrios do seguro de saĂșde americano foram avaliados entre 1999 a 2018.
E quais foram os resultados?
Embora nĂŁo seja uma novidade para a comunidade mĂ©dica, a pesquisa reforçou que os pacientes diagnosticados com demĂȘncia ou Alzheimer apresentavam dificuldades precoces de lidar com pagamentos.
"JĂĄ se sabe hĂĄ muito tempo que a capacidade financeira, ou dificuldades com a tomada de decisĂ”es financeiras, sĂŁo um marcador precoce e preditivo de um diagnĂłstico de demĂȘncia posterior", comenta Nielsen.
Segundo os autores do estudo, a doença Ă© responsĂĄvel por 5% a 20% dos pagamentos perdidos entre aqueles que eventualmente desenvolveram demĂȘncia. A professora associada da Universidade Johns Hopkins ressaltou ainda a importĂąncia de estudos como esse, que visam contribuir com diagnĂłsticos cada vez mais precoces.
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