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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Esquecer de pagar conta pode ser um sinal precoce de demência e Alzheimer

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Imagem: iStock

Bruna Alves

Do VivaBem, em São Paulo

05/12/2020 17h21

Um estudo publicado na última segunda-feira (30) na revista médica JAMA mostrou que pacientes com um nível de educação mais baixo, e que mais tarde desenvolveram demência ou Alzheimer, não pagavam as contas do cartão de crédito até sete anos antes do diagnóstico.

"Nesse caso, não sabemos se é porque eles não estão recebendo cuidados de saúde tão rapidamente e é por isso que temos um período mais longo, ou os sintomas apenas se materializam mais cedo para eles", disse a principal autora do estudo e professora associada da Universidade Johns Hopkins, Lauren Hersch Nicholas, em entrevista à CNN.

Os pacientes com um nível de educação melhor deixaram de fazer os pagamentos até dois anos e meio antes da manifestação da doença. Lis Nielsen, diretora da Divisão de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto Nacional de Envelhecimento, revisou o estudo de forma independente. Ela disse à CNN que é difícil dizer por que o grupo de educação inferior mostrou sintomas financeiros no início.

"Existe a possibilidade de que o diagnóstico de demência chegue mais tarde para alguns grupos menos favorecidos, devido à falta de capacidade de obter acesso a bons cuidados. Sabemos de alguns grupos minoritários que o diagnóstico é frequentemente posterior nesses grupos, em comparação com indivíduos ricos, Brancos e socioeconomicamente favorecidos".

Os pesquisadores analisaram os dados do relatório de crédito ao consumidor de pacientes que vivem sozinhos nos Estados Unidos. Ao todo, mais de 81.000 beneficiários do seguro de saúde americano foram avaliados entre 1999 a 2018.

E quais foram os resultados?

Embora não seja uma novidade para a comunidade médica, a pesquisa reforçou que os pacientes diagnosticados com demência ou Alzheimer apresentavam dificuldades precoces de lidar com pagamentos.

"Já se sabe há muito tempo que a capacidade financeira, ou dificuldades com a tomada de decisões financeiras, são um marcador precoce e preditivo de um diagnóstico de demência posterior", comenta Nielsen.

Segundo os autores do estudo, a doença é responsável por 5% a 20% dos pagamentos perdidos entre aqueles que eventualmente desenvolveram demência. A professora associada da Universidade Johns Hopkins ressaltou ainda a importância de estudos como esse, que visam contribuir com diagnósticos cada vez mais precoces.