Imunidade contra covid não é duradoura e pode afetar vacinas, diz estudo
Um estudo liderado por especialistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, indicou que a imunidade adquirida por pessoas que tiveram a covid-19 não é duradoura, normalmente diminuindo progressivamente com o passar de poucos meses. A conclusão fez com que eles demonstrassem preocupação com a eficácia a longo prazo de algumas vacinas desenvolvidas contra a doença causada pelo novo coronavírus.
O estudo, que saiu ontem na publicação científica Science Immunology, analisou 254 pacientes com covid-19 durante cinco meses, tempo superior à maioria dos estudos que vêm sendo publicados sobre a imunidade da doença. Destes, 79 foram hospitalizados e outros 175 não precisaram de internação ou permaneceram assintomáticos. Do grupo analisado, 25 morreram da doença.
A pesquisa analisou a presença de anticorpos IgA, IgM e IgG. Tanto o IgA como o IgM, produzido na fase mais ativa da infecção, desaparecem rapidamente durante o período de recuperação da doença.
Já o IgG, que detém a memória protetora mais importante contra o novo coronavírus, dura no organismo por mais tempo. Mesmo assim, seus índices vão declinando progressivamente, mesmo em pacientes que tiveram uma resposta imunológica inicial muito forte contra a covid-19.
Uma característica interessante constatada pelo estudo é de que os índices mais altos de anticorpos IgG foram detectados em pacientes que tiveram um grau leve da doença, enquanto pessoas que ficaram em estado grave tinham menos memória de resposta imunológica.
Vacinas podem ser afetadas
Sobre a implicação das conclusões para a vacina contra a covid-19, o estudo afirma que "a diminuição dos anticorpos após a infecção levanta a questão de quanto tempo os anticorpos produzidos pela vacinação irão durar, e se um reforço frequente será necessário para manter a proteção".
A publicação, porém, reconhece que a vacinação é diferente da infecção natural, e por isso alguns imunizantes podem gerar anticorpos até mais potentes e duradouros.
Outra conclusão do estudo é de que a atual estratégia adotada por alguns governos no combate à pandemia, de realizar inquéritos sorológicos para determinar o nível de contaminação da população, pode ser falha, já que os anticorpos desaparecem das pessoas infectadas com o passar do tempo.
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