Banho quente traz alívio em dias estressantes e tristes; entenda os motivos
Resumo da notícia
- Para algumas pessoas, o banho quente é um recurso importante em dias estressantes ou tristes
- Psicólogas explicam que pode ser uma estratégia de enfrentamento focada na emoção, e não na causa
- Além disso, o banho pode nos remeter ao período intrauterino, momento de acolhimento e segurança
Quando você pensa no momento do banho, qual imagem aparece na sua mente? Um momento para ter ideias ou repensar o dia? Uma forma de acordar? Ou funciona como um ritual de relaxamento? Para algumas pessoas, o banho quente pode servir como um escape de um dia estressante e até mesmo de uma situação triste.
Nas redes sociais, há diversos relatos de quem corre para o chuveiro diante de qualquer problema. Uma usuária do Twitter escreveu que o banho virou uma forma de mecanismo de defesa, especialmente no isolamento social: "Triste? Banho. Raiva? Banho. Relaxar? Banho".
E a verdade é que ele, de fato, é capaz de nos deixar mais calmos, principalmente em dias de tensão ou ansiedade. Do ponto de vista físico, a água quente provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo da circulação e do oxigênio que vai para os músculos. Com isso, as tensões musculares melhoram e, consequentemente, ocorre a sensação de relaxamento. Mas do ponto de vista mental também existem algumas explicações.
Efeito imediato na mente
Vanessa Karam, psicóloga da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta que o banho pode ser visto como uma "estratégia de enfrentamento focada na emoção", trazendo alívio imediato e regulando o estado emocional.
Mas o banho, obviamente, não irá resolver os problemas. "É só com uma estratégia de enfrentamento focada no problema, e não nas emoções, que teremos a resolução dessa causa", explica. Um exemplo seria quando brigamos com alguém e ficamos estressados ou tristes. O banho vai resolver o problema com a pessoa? Não, mas vai auxiliar na forma como lidamos com as emoções, mesmo que momentaneamente.
Renata Kallas, psicóloga do DaVita Serviços Médicos e doutora em psicologia clínica pela USP (Universidade de São Paulo), explica ainda que quando os níveis de estresse, por exemplo, passam da nossa capacidade de compreensão, é como se ficássemos mentalmente desorganizados. Então procuramos medidas que tenham um efeito imediato no corpo e fugimos de ações muito racionais. "O banho é um recurso físico que reage diretamente no nosso corpo, assim como a meditação e tudo aquilo que não depende do verbal".
É por isso que, para algumas pessoas, caminhar, praticar algum exercício físico, tomar um chá ou café servem com um alívio para todos esses sentimentos não tão agradáveis. Segundo as especialistas, o mais importante a ser feito quando surgem esses sentimentos é procurar uma atividade que dê prazer, seja ela qual for.
O bem-estar promovido pelo tempo embaixo do chuveiro também tem uma explicação curiosa. Segundo Kallas, o banho, para algumas pessoas, pode remeter ao período intrauterino, ou seja, quando o bebê está dentro da barriga da mãe —o que explica a sensação de acolhimento e segurança.
"O bebê fica quase um ano nesse ambiente 'aquático', com a alimentação chegando todos os dias, além da temperatura e ritmo constantes. A água remete muito a essa sensação do desenvolvimento intrauterino", diz a especialista.
Banho de luz apagada ou antes de dormir?
Há também quem faça do momento do banho um verdadeiro ritual, com luz apagada, à meia-luz ou com a presença de velas —ervas e essências também podem fazer parte, assim como a música. "Funciona como uma meditação tomar banho com a luz mais baixa ou com as velas. Assim, a pessoa perde um pouco o estado de alerta", explica Natália Morandi, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. "Quando você relaxa, você entra em contato com você mesma."
Isso também explica por que algumas pessoas preferem tomar o banho antes de dormir. Toda essa sensação de relaxamento ajuda a "avisar" o cérebro de que é hora de desligar. Consequentemente, a noite de sono pode ser ainda mais satisfatória. "É só reparar no ritual de uma criança. Ela toma banho à noite, coloca o pijama, os pais tiram o celular ou tablet, para que ela entre na rotina e durma em seguida", diz Karam.
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