Células-tronco podem reduzir risco de morte por covid-19, diz estudo
Um estudo realizado por especialistas do Diabetes Research Institute e da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, mostrou que infusões de células-tronco podem reduzir o risco de morte e acelerar o tempo de recuperação dos pacientes com casos mais graves de covid-19.
O ensaio clínico foi autorizado em abril do ano passado pelo FDA (Food and Drug Administration) e publicado hoje na SCTM (STEM CELLS Translational Medicine).
Como o estudo foi feito?
- Participaram 24 pacientes que estavam hospitalizados com covid-19 e que desenvolveram a síndrome da angústia respiratória aguda, que é um tipo de inflamação grave e muitas vezes fatal, além daqueles que tinham acúmulo de fluido nos pulmões;
- Cada paciente recebeu duas infusões de células-tronco mesenquimais ou um placebo, com intervalo de dias;
"Foi um estudo duplo-cego. Nem os médicos nem os pacientes sabiam quem recebeu o tratamento, quem recebeu o placebo", disse Camilo Ricordi, o principal autor do estudo.
Apenas um cordão umbilical, doado em uma cesariana, pode render até 10 mil doses do tratamento para covid-19.
E quais foram os resultados?
Em um mês, mais de 85% dos pacientes que receberam as infusões de células tronco sobreviveram, contra 42% no grupo de controle, que receberam placebo. Os pesquisadores descobriram que o tratamento era seguro e sem eventos adversos graves relacionados à infusão.
A equipe também relatou que o tempo de recuperação foi mais rápido, mais da metade dos pacientes tratados com as infusões se recuperaram e voltaram para a casa em duas semanas.
"Nossos resultados confirmam o poderoso efeito anti-inflamatório e imunomodulador de infusões de células-tronco. Essas células inibiram claramente a 'tempestade de citocinas', uma marca registrada da covid-19 grave", disse Giacomo Lanzoni, autor principal do periódico.
Por que este estudo é importante?
Os resultados são importantes não apenas para combater a covid-19 em pacientes que desenvolvem as formas mais graves da doença, mas também para outras doenças caracterizadas por respostas imunes e hiperinflamatórias, como diabetes autoimune tipo 1.
"Estamos ansiosos para aplicar essas células em ensaios clínicos para interromper a progressão do diabetes tipo 1", explica Lanzoni, que também é professor assistente de pesquisa da Escola de Medicina Miller da Universidade de Miami.
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