Sou homem trans e estou há 3 meses tomando testosterona; posso engravidar?
Resumo da notícia
- Existe uma pequena chance de acontecer, se a pessoa não tomar o hormônio corretamente
- Quando o tratamento com testosterona inicia, o ciclo menstrual é bloqueado. Se o homem trans quiser engravidar, será necessário parar com a terapia
- O homem trans que não quer engravidar pode optar pela redesignação sexual, que inclui a retirada de órgãos femininos e a readequação da genitália
A chance é mínima. Isso porque, a partir do momento que se inicia a terapia hormonal com testosterona, o ciclo menstrual é bloqueado. A ovulação pode até voltar a ocorrer, mas somente se a pessoa não fizer o tratamento de forma correta, como usar uma dose menor do que a recomendada pelo endocrinologista, esquecer de aplicar o hormônio ou utilizar produtos derivados de testosterona que não foram prescritos pelo especialista.
Caso o homem trans pense em engravidar em algum momento da vida, o primeiro passo é realizar o processo de congelamento dos óvulos. Depois, se a vontade de gerar um filho permanecer, será necessário parar com o tratamento hormonal. Assim, o ciclo menstrual volta e, consequentemente, a ovulação e a possibilidade de engravidar.
Por outro lado, ainda não existem estudos que demonstrem se o tempo de uso ou a quantidade de testosterona tomada podem influenciar na reserva de óvulos no organismo. De acordo com os especialistas, essa é uma das situações mais complexas no acompanhamento do homem trans. Isso porque, ao parar com o tratamento hormonal, os sinais masculinos irão regredir e as características femininas voltarão, como o aumento da mama e a queda dos pelos do corpo.
Já para o homem trans que não quer engravidar existe a chamada cirurgia de redesignação sexual, que inclui a retirada de órgãos femininos, como mama, útero e ovário, e a readequação de uma genitália feminina para masculina. De acordo com o Ministério da Saúde, ela só pode ser realizada após um ano de tratamento hormonal. É válido ressaltar que o procedimento também pode ser realizado em outras situações que não envolvam uma gravidez.
O uso da testosterona deve ser contínuo, principalmente se o paciente tiver feito a redesignação sexual. É a forma de manter o equilíbrio hormonal adequado. Afinal de contas, os hormônios sexuais são essenciais para a saúde dos ossos, do coração, dos músculos e do prazer sexual. Se um paciente que já operou ficar sem a medicação hormonal, terá sintomas semelhantes aos de um paciente na menopausa ou andropausa, piorando a qualidade de vida.
Fontes: Augusto Santomauro, endocrinologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Karen de Marca Seidel, médica endocrinologista, membro da diretoria da SBEM-RJ (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Rio de Janeiro), coordenadora do AMIG (Ambulatório Multiprofissional de Identidade de Gênero) do IEDE (Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia).
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