Estudo identifica seis perfis diferentes de pessoas com pré-diabetes
Pessoas com pré-diabetes têm o risco de desenvolver o diabetes tipo 2 caso não passem por uma mudança no estilo de vida, que envolve a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis, exercícios físicos e, em algumas situações, o uso de medicamentos. Entretanto, um novo estudo mostrou que os indivíduos que convivem com a condição apresentam perfis de risco e um metabolismo diferentes entre eles.
Publicado no periódico Nature Medicine, na última segunda-feira (4), o estudo identificou seis grupos distintos de perfis de pessoas com pré-diabetes. O resultado pode auxiliar na criação de intervenções mais personalizadas que evitem que indivíduos em risco desenvolvam a doença.
Como o estudo foi feito?
Os pesquisadores acompanharam as mudanças no metabolismo de 899 indivíduos com risco de desenvolver diabetes que se inscreveram em um programa na Alemanha. Durante 25 anos, os cientistas realizaram testes clínicos e laboratoriais repetidos, bem como exames de ressonância magnética.
Eles usaram uma técnica estatística chamada análise de cluster, que identificou os seis grupos de pessoas com pré-diabetes, com base em oito características metabólicas centrais. Entre elas, estavam os níveis de glicose no sangue, a quantidade de gordura no fígado, a distribuição geral da gordura, os níveis de lipídios no sangue e o risco genético de diabetes.
Quando o grupo de cientistas confirmou que os seis subtipos de pré-diabetes se aplicam mais amplamente, eles estenderam a análise a quase 7 mil pessoas de um estudo com funcionários públicos no Reino Unido.
Quais foram os achados do estudo
Os pesquisadores descobriram que as pessoas nos seis grupos têm as seguintes características metabólicas e perfis de risco:
- O grupo 1, assim como o 2 e 4, apresentou baixo risco de desenvolver diabetes e baixa mortalidade, em comparação com os outros três.
- A maioria das pessoas no grupo 2 é magra e tem um risco muito baixo de desenvolver complicações do diabetes.
- O grupo 3 produz pouca insulina e tem fatores de risco genéticos para diabetes. Também possuem um alto risco de desenvolver diabetes, complicações cardiovasculares e doenças renais. Mas o risco de mortalidade é moderado.
- As pessoas do grupo 4 têm excesso de peso, mas seu metabolismo é relativamente saudável.
- O grupo 5 tem altos níveis de gordura no fígado, seus tecidos são resistentes à insulina e apresentam alto risco de diabetes, complicações cardiovasculares e nefropatia. Sua taxa de mortalidade é superior à do grupo 3.
- O grupo 6 tem altos níveis de gordura nos rins e nas cavidades abdominais, conhecido como gordura visceral. Em comparação com os grupos 3 e 5, o risco de diabetes é relativamente baixo, mas o risco de nefropatia e mortalidade são altos.
Por que este estudo é importante?
Os pesquisadores explicam que as descobertas se aplicam apenas a grupos e não refletem riscos ou perspectivas individuais. No entanto, eles planejam investigar se essas categorias podem ser usadas para identificar pessoas com risco alto de desenvolver a doença e, com isso, fornecer tratamentos direcionados e estratégias de prevenção.
"Em seguida, em estudos futuros, procuraremos primeiro determinar em que medida as novas descobertas são aplicáveis para a classificação de pessoas individuais em grupos de risco", diz Andreas Fritsche, autor sênior do artigo.
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