Gêmeas idênticas têm covid-19, mas evoluem de forma diferente
Considerados "clones naturais" por compartilharem o mesmo DNA, os irmãos gêmeos idênticos estão intrigando a ciência com casos em que ambos são contaminados pelo novo coronavírus, mas a doença evolui de forma diferente em ambos.
Um estudo publicado no Journal of Medical Cases, por exemplo, mostrou o caso das irmãs americanas Kimberly e Kelly Standard, de 35 anos, que compartilhavam, além do mesmo código genético, o excesso de peso e comorbidades (hipertensão e diabetes tipo 2). Embora Kelly tivesse ainda o agravante de ser asmática, foi Kimberly quem acabou indo para UTI e precisando de ventilação mecânica.
A médica Mishita Goel, uma das autoras do estudo e que acompanhou as irmãs, afirma que não compreende totalmente como isso aconteceu. "Ficamos todos chocados", afirmou a especialista ao New York Times.
Muito além dos genes
A reportagem do jornal americano afirma ainda que a comparação entre a forma como a doença evoluiu entre irmãos gêmeos pode ajudar a detalhar melhor como a infecção pelo novo coronavírus age no corpo humano.
Isso porque, mesmo sendo idênticos, durante a infância e adolescência, mudanças ambientais e até a alimentação podem influenciar na formação das bactérias do intestino e no estímulo ou não do sistema imunológico, criando algumas diferenças na resposta às infecções mesmo entre os "clones naturais".
Assim, uma genética considerada boa ainda pode sofrer com hábitos de vida ruins, que provocam comorbidades como obesidade, hipertensão e diabetes ou mesmo na forma como a imunidade age diante de um patógeno no corpo — justamente os principais fatores que aumentam as chances de um desfecho ruim.
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