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Lipoaspiração LAD, a laser, mini: entenda as diferenças entre as técnicas

BSIP/Colaborador Getty Images
Imagem: BSIP/Colaborador Getty Images

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

18/01/2021 04h00

A lipoaspiração, uma cirurgia que aspira gordura localizada, é um método antigo, mas que se modernizou com o passar dos anos e é constantemente aprimorado com novas tecnologias.

Se antigamente cânulas grossas eram utilizadas para sugar a gordura, hoje, versões mais finas e acessórios que vibram e emitem laser, por exemplo, já são usados por médicos para facilitar a quebra de gordura e alcançar resultados melhores.

Mas embora existam diferentes tipos de técnicas, os cirurgiões plásticos entrevistados por VivaBem explicam que não há consenso da superioridade de um em relação ao outro. "A melhor opção vai depender do seu corpo e de qual técnica o cirurgião plástico que você escolheu tem experiência e conhecimento para realizar", aponta Marcelo Sampaio, médico do Hospital Sírio-Libanês (SP).

O que considerar antes de fazer uma lipoaspiração?

A lipoaspiração não é um tratamento para a obesidade e não substitui bons hábitos alimentares ou a prática de exercícios. De acordo com Sampaio, a primeira questão que é preciso esclarecer é se você realmente é um candidato a cirurgia.

"Ela funciona extremamente bem para pacientes que têm gordura localizada, já que não é um método de emagrecimento, mas de melhora do contorno corporal", indica.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, bons candidatos são aqueles que:

  • São adultos, não obesos, que têm a pele firme e com bom tônus muscular;
  • Não fumam;
  • São saudáveis, ou seja, que não tenham doença com risco de vida ou condições médicas que possam prejudicar a cicatrização.

O que acontece na lipoaspiração?

Sedação intravenosa ou anestesia são administradas, de acordo com o tipo e a extensão do procedimento escolhido. Em seguida, por meio de incisões pequenas, uma solução líquida estéril é infundida para reduzir o sangramento e o trauma.

Depois, a cânula é colocada através das incisões para soltar o excesso de gordura, utilizando um controlado movimento de vaivém. A gordura deslocada é, então, aspirada para fora do corpo, utilizando um aspirador cirúrgico ou seringa ligada à cânula.

De acordo com a Resolução Nº 1.711, de 10/12/2003 do CFM (Conselho Federal de Medicina), os volumes aspirados não devem ultrapassar 7% do peso corporal quando se usar a técnica infiltrativa; ou 5% quando se usar a técnica não-infiltrativa. Da mesma forma não deve ultrapassar 40% da área corporal.

A melhora do contorno corporal será aparente quando o inchaço e a retenção de líquido diminuírem. Com práticas contínuas de dieta saudável e de atividade física, a perda de tecido adiposo em excesso deve ser preservada. No entanto, ganho de peso substancial pode alterar o resultado obtido com a cirurgia.

Os diferentes tipos de lipoaspiração

As cirurgias costumam ser feitas em áreas como abdome, flanco, face interna de coxa, culotes, papada e braços. Entre as diferentes técnicas, existem:

  • Lipo LAD (lipoaspiração de alta definição)

Também conhecida como lipo HD ou lipoescultura, a ideia do procedimento é esculpir o corpo. "Em vez de retirar a gordura de forma mais ampla, retira-se nas junções da musculatura para ficar mais evidente. Tira ao redor da musculatura e deixa bem onde teria o músculo, então fica mais evidente. Fica bem forte no abdome. Tira muito mais nas emendas, nas junções e deixando em cima da musculatura", explica Fernando Amato, coordenador de equipe de cirurgia plástica do Hospital Dom Antônio de Alvarenga (SP) e proprietário da clínica Amato.

No entanto, apesar de ser reconhecida cientificamente, Dênis Calazans, presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), adverte que há uma glamorização da técnica. "Nem todos os casos são passíveis, algumas pacientes não teriam sequer a indicação, mas acabam fazendo em busca de uma certa imagem corporal."

Além disso, o cirurgião alerta que ainda não se tem um acompanhamento de anos para mostrar como a pele vai se comportar com alterações no relevo cutâneo ao longo dos anos.

Ludmilla, lipo LAD - Reprodução/Instagram @ludmilla - Reprodução/Instagram @ludmilla
A cantora Ludmilla antes e depois de lipoaspiração de alta definição
Imagem: Reprodução/Instagram @ludmilla
  • Lipo a laser

São utilizadas ondas de laser para romper células que armazenam gordura. Há vários tipos de equipamentos diferentes com o uso do laser. "Dependendo de qual, é possível utilizar a gordura para fazer enxertos. Em vez de fazer um preenchimento com ácido hialurônico, por exemplo, se utiliza a gordura do próprio paciente em outras regiões do corpo", indica Amato.

  • Vibrolipo (com equipamentos vibratórios)

Com essa tecnologia, a cânula vibra, ajudando a quebrar a gordura e aspirar mais facilmente. "O médico faz menos esforço, mas perde um pouco de destreza", avalia Amato.

  • Mini lipo

Também conhecida como hidrolipo ou lipolight, é uma lipoaspiração realizadas em regiões menores do corpo, que necessitam apenas anestesia local ou peridural e, por isso, podem ser realizadas em local ambulatorial (dentro de consultórios).

"Foi um nome criado para o paciente se sentir mais confortável, mas a verdade é que é uma cirurgia comum e é sempre mais seguro que seja feita em ambiente hospitalar", esclarece Amato.

As áreas recomendadas geralmente são papada, debaixo do braço e retoques de lipoaspiração.

  • Lipoenzimática

O tratamento consiste na aplicação de enzimas que teoricamente destroem a gordura local. "Não há estudos suficientes que comprovem a eficácia. O custo é baixo, mas são necessárias várias sessões. É feita em pequenas áreas e os pacientes costumam sentir dor", afirma Amato.

Além disso, o procedimento traz risco de fibrose e pode dificultar a realização de uma lipoaspiração tradicional, caso seja o desejo no futuro.

Possíveis complicações

A chance de a cirurgia ser bem-sucedida é muito maior com a avaliação e acompanhamento de um médico especialista que possa garantir a segurança do procedimento. Em alguns casos, pode ocorrer:

  • Flacidez na região aspirada e irregularidades na pele (especialmente se o paciente já apresenta excesso de pele)
  • Dor e inchaço
  • Necrose por falta de circulação sanguínea adequada
  • Sangramentos
  • Infecções
  • Perfuração de vísceras (embora seja muito raro seguindo as regras de segurança estipuladas pelo CFM)
  • Embolia pulmonar gordurosa (também raro)

Cuidados ao escolher a lipoaspiração

Embora a lipoaspiração possa parecer um procedimento simples pela quantidade de celebridades que compartilham os resultados da operação, ela é uma cirurgia como outras e pode oferecer riscos. Para minimizar a chance de complicações, a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) recomenda que sejam escolhidos cirurgiões plásticos especialistas com registro na SBCP.

Também é importante que a lipoaspiração seja realizada em ambiente hospitalar, a fim de promover maior segurança para os pacientes.

O cirurgião plástico deve explicar, em detalhes, os riscos associados à cirurgia, assim como os cuidados que você deverá tomar antes e depois. Aproveite o tempo das consultas para tirar todas as suas dúvidas, inclusive suas expectativas e medos. É essencial que você se sinta confortável com o médico escolhido e que possa recorrer a ele em qualquer momento durante o processo.

Outra dica é conversar com pacientes que já passaram pelo mesmo tipo de técnica que você escolheu. Ouvir a experiência de outra pessoa pode influenciar na sua decisão e ajudar a levantar questionamentos— que devem ser solucionados com o especialista.

A lipoaspiração é o mesmo que a abdominoplastia?

Não. A lipoaspiração aspira a gordura localizada e a abdominoplastia retira o excesso de pele.

Valores

Os valores variam de acordo com o custo dos exames médicos, honorários do cirurgião escolhido, gastos com hospital ou centro cirúrgico, honorários do anestesista e gastos com medicamentos. A reportagem insistiu em saber uma média de preço, mas os médicos consultados disseram que são proibidos de divulgar valores de acordo com as regras do CFM.