Quem já teve covid deve se vacinar, diferente do que diz Flávio Bolsonaro
Seguindo o exemplo do pai, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) continua desestimulando a vacinação contra a covid-19, doença que já matou mais de 210 mil pessoas só no Brasil. Hoje, no Twitter, ele afirmou que não irá se vacinar.
"Como já tive covid e minha taxa de imunidade é alta, meu médico não recomendou, neste momento, que eu tome a vacina. Vou seguir a ciência".
Para embasar sua decisão, o filho do presidente compartilhou uma reportagem que diz que "os anticorpos podem ficar mais fortes 6 meses após infecção por covid-19". No entanto, em nenhum momento, o texto aborda a "falta de necessidade" da vacina.
Quem já teve covid-19 deve tomar a vacina
Segundo especialistas, independente se teve ou não a doença, todos que puderem devem se vacinar. "Cá entre nós, não sabemos muito sobre a qualidade da proteção de quem teve a doença, muito menos sobre a sua duração. Além do mais, tem muita gente que teve a covid-19 e que nunca soube disso, porque foi assintomático, e que irá tomar a vacina de boa. Não existe problema algum nisso", explica Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Em relação à duração da proteção, a infectologista Karen Mirna Loro Morejón, infectologista do Hospital das Clínicas da FMUSP-RP (Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto) e coordenadora do Serviço de Controle de Infecções do Hospital da Unimed, na mesma cidade do interior paulista, compara mais uma vez a situação com a da vacina da gripe: "A imunidade que formamos, mesmo quando ficamos gripados, não dura para sempre".
E existe ainda a questão da qualidade da imunidade —nem sempre a doença para valer é melhor do que a vacina contra ela nesse quesito. "Se eu tive catapora na infância, a minha imunidade provavelmente é maior do que a sua, que tomou a vacina contra varicela, outro nome dessa doença", diz Richtman.
Isso porque, de acordo com a infectologista, nas infecções sistêmicas, a proteção natural, ou seja, aquela que o organismo cria ao enfrentar o verdadeiro inimigo, tende a ser sempre maior do que a proteção após uma vacina.
*Com informações de reportagem da colunista Lúcia Helena.
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