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Caio reclama de gases de Rodolffo; por que alguns puns fedem tanto?

BBB 21: Caio reclama de peido de Rodolffo: "Tá comendo gambá" - Reprodução globoplau
BBB 21: Caio reclama de peido de Rodolffo: 'Tá comendo gambá' Imagem: Reprodução globoplau

Do VivaBem, em São Paulo

30/01/2021 15h06

A convivência não é algo fácil. Na manhã deste sábado (30), Caio reclamou do cheiro dos gases soltos por Rodolffo no banheiro. "Cagou, compadre? Você é louco!". Ao sair do local e ir até a sala, o fazendeiro disse que continuava sentindo o fedor. "Não sei o que você está comendo escondido. Deve estar comendo gambá".

A explicação para o odor ruim característico dos puns está nos alimentos que comemos, principalmente os gordurosos, que intensificam a quantidade de ácidos graxos, no tipo de flora bacteriana e também na produção de enxofre durante o processo de fermentação no intestino. Já sua intensificação pode ocorrer por causa da presença do sulfeto de hidrogênio.

Em 2016, um estudo da Universidade de Monash, de Melbourne, na Austrália, apresentado em uma conferência da Sociedade de Gastroenterologia daquele país apontou que a presença desse gás, cujo odor lembra o de ovos podres, está relacionada ao consumo de um aminoácido chamado cisteína (encontrado em carnes, lacticínios, ovos e outras proteínas) e que em excesso é capaz de aumenta-lo em até sete vezes no organismo.

"Isso explica porque os fisiculturistas, que consomem lotes de proteína em pó, são conhecidos por terem puns fedidos", explicou àquela altura a autora da pesquisa e gastroenterologista Chu Kion Yao.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, dietas ricas em carboidratos e fibras também contribuem para a formação de puns fedorentos, mas não tanto quanto os advindos da proteína.

A explicação é que esses nutrientes aumentam a frequência de puns, que não ficam tão concentrados e potentes, e também porque as fibras naturalmente absorvem a água presente no intestino, o que dificulta a produção pelas bactérias do sulfeto de hidrogênio.

Pum barulhento x pum silencioso

Há quem diga que puns barulhentos não costumam ser tão fedorentos como os puns silenciosos, mas isso não passa de um mito. Na verdade, o barulho é proporcional ao excesso de gases e à contração do ânus durante sua liberação.

Para sair do intestino, os gases precisam atravessar válvulas que controlam o abre-e-fecha do ânus (esfíncteres). O barulho —ou o silêncio — de sua saída está relacionado à intensidade das vibrações geradas nessas membranas pela velocidade deles e depende tanto do estado do esfíncter como principalmente do volume de gás e da pressão que ele vai exercer.

Se o esfíncter estiver contraído e o pum sair com esforço, haverá som. Agora, com o esfíncter relaxado e sem muita pressão, o pum sai sem ser percebido pelos ouvidos.

Outras dúvidas muito comuns são se os puns podem ser prejudiciais à saúde se inalados e se fazem mal quando segurados. Em unanimidade, os especialistas entrevistados asseguram que eles não provocam doenças nem viroses se captados pelo nariz e quando não liberados espontaneamente voltam para o intestino, mas com possibilidade de causarem desconfortos, inchaço, dores e distensão abdominal, principalmente se a pessoa os prende com frequência.

*Com informações de reportagem de Marcelo Testoni publicada no dia 26/11/20.