6 dicas para não levar críticas para o lado pessoal e evoluir com elas
Resumo da notícia
- Aprendemos a associar a crítica a algo ruim, como um erro ou insuficiência
- Os comentários negativos podem ser motivados por raiva, inveja ou até pelo desejo de prejudicar a pessoa
- Mas as críticas são opiniões divergentes e que merecem ser levadas em consideração
- Se a crítica for construtiva e fizer sentido para você, agradeça e coloque em prática
Desde um leve puxão de orelha até uma crítica mais pesada, lidar com um feedback negativo não é uma tarefa fácil. Mas às vezes essas considerações são inevitáveis e podem ajudá-lo a enxergar e reavaliar decisões e situações. Não levar para o lado pessoal pode ser a principal dica para não fazer tempestade em copo d´água e, talvez, um dos maiores desafios. Afinal, temos a tendência em potencializar e realmente sofrer com isso.
Segundo Lucas Rosito, especialista em psicologia clínica e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), aprendemos a associar a crítica a algo ruim, ao erro ou à insuficiência. Portanto, resistir à crítica passou a ser um exercício de sobrevivência. "Existem distintas razões para termos resistência à discordância. Porém, a crítica é um elemento essencial do desenvolvimento, uma oportunidade de revermos conceitos, valores e relações", diz ele.
Diante de um período com tanta intolerância, como o que vivemos hoje, alimentar uma baixa resistência a toda e qualquer forma de crítica se tornou recorrente. Mas ao ser criticado é importante parar uns segundos antes de investir em uma ação defensiva. "Avalie se foi um comentário desagradável com a intenção de atingir ou se foi uma interpretação a alguma expressão, pois normalmente a crítica atinge quem, de alguma forma, se predispõe a aceitá-la", diz a psicóloga Carolina do Rocio Klomfahs, coordenadora de pós-graduação da área saúde da FMU.
Os comentários negativos podem ser motivados por raiva, inveja ou até pelo desejo de prejudicar a pessoa. Já as críticas são opiniões divergentes e que merecem ser levadas em consideração. "É preciso ter consciência de que não se está sempre certo e é possível ajustar, dialogar e refletir", diz a psicóloga Bárbara Snizek Ferraz de Campos, especialista em saúde mental e psicanálise pela PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
Frente a alguma crítica não compreendida ou gratuita, a posição pode ser de questionamento para esclarecer a situação, sem devolver com outra crítica. "É essencial entender as reais motivações das críticas ou comentários negativos, pedindo para a pessoa explicar o porquê ou o que ela quer dizer, buscando compreender o que suscitou aquela reação", diz Klomfahs.
6 dicas para conviver bem com as críticas
Para ajudar a adquirir essa habilidade de se tornar mais flexível, sem deixar que as críticas causem algum ressentimento, a psicóloga Triana Portal, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Psicologia), elaborou dicas que poderão ajudar a lidar melhor com o feedback negativo. Veja a seguir:
1. Não leve tão a sério: a crítica normalmente é direcionada a um comportamento, ou seja, o que precisa ser ajustado é sua ação, sem que isso signifique incapacidade.
2. Procure entender as motivações do outro: ciúme, bullying, inveja, competição ou boa intenção? Avalie o clima emocional: esse comentário surgiu em uma discussão ou uma conversa amigável? Existem críticos com um perfil manipulador que enxergam seu ponto fraco e vão direto na ferida, no intuito de tirá-lo do eixo, enfraquecê-lo ou causar insegurança. Portanto, não caia na armadilha de revidar.
3. Dome seu ego: aceitar erros, defeitos ou que precisa mudar é algo desconfortável, mas é uma oportunidade de amadurecimento. Se a crítica for construtiva e fizer sentido para você, agradeça e coloque em prática.
4. Tenha a mente aberta: escutar é diferente de acatar cegamente a opinião alheia, por isso não mude gostos, valores, convicções. Cuide da autoestima e tenha claro para si que você nunca conseguirá agradar a todos e que muitas críticas podem valer para ajustar e melhorar.
5. Avalie a situação: leve em conta se essa é uma crítica recorrente, feita por pessoas diferentes, ou se é a primeira vez que recebe. Se várias pessoas já apontaram a mesma questão, talvez seja hora de considerá-la.
6. Comente com alguém de sua confiança: converse com seu psicólogo, um parceiro de trabalho ou amigo que seja sincero e que tenha intimidade suficiente para dizer o que ele realmente pensa —sem poupá-lo, defendê-lo, bajulá-lo — sobre a crítica. Essa é uma forma de liberar tensão e ter uma segunda opinião, caso esteja com dificuldade de digerir, aceitar ou lidar com a questão.
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