Drauzio Varella critica aglomerações na pandemia: "Está longe de acabar"
Durante um bate-papo no YouTube, Drauzio Varella avaliou a situação da pandemia do coronavírus no Brasil — na semana em que o país completou um ano do primeiro caso e atingiu a marca de 250 mil mortos. O vídeo, produzido pelo estúdio Play9, foi ao ar neste sábado (27) no canal do professor e filósofo Silvio Almeida e também contou com a participação da biomédica Jaqueline Góes.
Para Drauzio, a pandemia está longe de acabar e, com as aglomerações, vai levar mais tempo ainda. O médico acredita que a situação vai se seguir por 2021 e chegar até mesmo no próximo ano. "Vamos conseguir vacinar todos que precisam até o fim do ano? Não, falta vacina e não nos preparamos para isso. Estamos diante de uma epidemia que corre sem controle nenhum agora que a população declarou o fim dela por conta própria e resolveu ir para a rua se aglomerar e fazer festa", falou durante o bate-papo.
Drauzio aproveitou para destacar a segurança das vacinas e a importância delas neste momento. "A vacina, hoje, passa por critérios tão rígidos de avaliação de segurança que é praticamente impossível ter reação grave. Evidentemente que quando se vacina 20, 30, 50 milhões de pessoas, tem alguém que vai ter efeito colateral um pouco mais pronunciado", explica o especialista.
O médico disse ainda que ambas as vacinas em uso no Brasil — CoronaVac e a da AstraZeneca/Oxford — são consideradas seguras e que não há necessidade de "escolher" qual prefere tomar. "Chamou? Vai lá e toma. As duas vacinas são boas. Tome quando chegar a sua vez."
A vacina é a "grande arma para controlar a epidemia", segundo Drauzio, mas ainda vai levar muito tempo até o mundo todo vacinar. "Enquanto houver casos, ninguém estará seguro. Os países mais ricos que compraram 60% das vacinas não estarão seguros enquanto tiver gente na América Latina, África, Ásia que ainda não foi vacinada e o vírus estiver correndo por lá", explica o médico.
Para ele, seguir as medidas de segurança é fundamental, como usar máscaras e evitar aglomerações. O especialista também criticou quem anda pelas ruas sem máscara: "Em uma pandemia, a segurança dos outros depende da minha segurança também".
As variantes também foram citadas durante a conversa, especialmente a de Manaus. "Eles tinham, em dezembro, 20% das pessoas infectadas por essa nova variante do vírus. Agora, quantas são? Mais de 80%, e já está aqui em São Paulo e sabe-se lá onde mais. Esse jogo ficou muito perigoso e nós corremos risco de ver variantes que transmitem com mais facilidade, que provocam aumento de casos. Isso também aumenta o número de mortos", diz.
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