Covid-19: variante britânica aumenta em 61% risco de morte, mostra estudo
A variante britânica B.1.1.7 do SARS-CoV-2, detectada em setembro de 2020 no Reino Unido, já se espalhou em diversos países do mundo. Além de ser mais transmissível do que as outras variantes, ela também está associada a um risco de morte 61% maior, segundo um estudo publicado no periódico Nature nesta segunda-feira (15).
"Nossa pesquisa fornece fortes evidências de que a variante também causa doenças mais graves. Isso deve servir como um aviso para outros países para que eles permaneçam vigilantes contra B.1.1.7, que já se espalhou para mais de 90 países em todo o mundo", afirma Nick Davies, o líder do estudo, em comunicado ao site da London School of Hygiene & Tropical Medicine.
Como o estudo foi feito
Os cientistas analisaram um conjunto de dados de casos na Inglaterra: eles reuniram 2.245.263 testes positivos para covid-19 e relacionaram com 17.452 mortes entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
Quais foram os resultados
Os pesquisadores descobriram que, acima dos 70 anos, há um risco 61% maior de morte associado com a variante britânica — com estimativa de erro, o número pode variar entre 42% e 82%.
O estudo também mostrou que, em mulheres entre 70 e 84 anos, o risco estimado de morte após 28 dias do teste positivo aumenta de 2,9% para 4,4% com a variante. Para as mulheres de 85 ou mais, o número sobe de 13% para 19%.
Agora, nos homens de 70 a 84 anos, o risco de morte, levando em conta os 28 dias após o teste positivo, aumenta de 4,7% para 7,2%. No grupo de 85 anos ou mais, o número sobe de 17% para 25%.
Para pessoas com menos de 70 anos, o risco de morte ficou abaixo de 1% em todos os grupos, mesmo com a variante.
Por que este estudo é importante?
Os autores explicam que existem limitações no estudo, mas que o resultado destaca a importância dos programas de vacinação para o controle da disseminação do coronavírus no mundo todo — principalmente com o surgimento de novas variantes.
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