Dá para ser feliz na pandemia? Veja dicas para cuidar da saúde emocional
Desde 2013, quanto foi instituído pela ONU, o Dia Internacional da Felicidade é celebrado no dia 20 de março. A data foi inspirada pelo Reino do Butão, localizado entre a China e a Índia, que promove o conceito de Índice da Felicidade para medir bem-estar socioeconômico e o PIB (Produto Interno Bruto).
Para celebrar a data, a entidade elabora, todos os anos, o relatório The World Happiness Report, com diversos indicativos de felicidade medidos em vários países. Com a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o relatório de 2021 se desdobrou em duas frentes: analisar os efeitos da covid-19 na estrutura e qualidade de vida das pessoas; e ainda avaliar como os governos ao redor do mundo lidaram com a crise sanitária.
Embora cite que a crise foi enfrentada com surpreendente resiliência em muitos países, o relatório também mostrou que a saúde mental das pessoas sofreu bastante com a mistura de incertezas e isolamento, especialmente durante os períodos de lockdown.
Mas afinal, é possível ser feliz em plena pandemia?
De acordo com a pesquisadora Carla Furtado, fundadora do Instituto Feliciência, é preciso lembrar que o conceito de felicidade significa mais do que um estado de euforia ou alegria. "A felicidade é uma construção, feita ao longo da vida, baseada na percepção das emoções positivas que vivemos e no propósito de vida que temos", afirma.
Assim, é possível ser feliz mesmo em tempos nebulosos a partir do momento que buscamos ativamente por coisas e pessoas que nos tragam sentimentos positivos, de pertencimento e conexão. "Isso é uma construção diária, uma habilidade que adquirimos treinando todos os dias", afirma. "Ser feliz é esse caminho que vamos construindo, não o destino final", avalia.
Esse "treino mental" é importante pois nosso cérebro tende naturalmente a ver sempre o lado negativo das situações. É o famoso "viés da negatividade", uma ferramenta evolutiva que nos ajudou a sobreviver sempre nos preparando para o pior cenário possível.
Para ajudar nesse processo, ela sugere a elaboração de um "caderno da gratidão": nele, você deve anotar três coisas que aconteceram no dia e que provocaram um sentimento positivo. "Isso favorece os circuitos neurais de aprendizado que reforçam nossa percepção das perspectivas positivas", diz a especialista.
Felicidade também é treino
De acordo com a neuropsicóloga Juliana Gebrim, outras atividades também podem fortalecer o aprendizado cerebral, favorecendo essa adaptação. "Celebrar pequenas vitórias, por exemplo, mesmo as que passariam desapercebidas, nos ajuda a focar no aspecto positivo da vida", afirma.
Ela ainda recomenda algumas técnicas de "neuróbicas", uma espécie de ginástica do cérebro, para favorecer o aprendizado: vestir-se de olhos fechados, escrever com a mão que não está acostumado ou andar de costas, por exemplo.
Por fim, Gebrim recomenda a prática de atividades físicas para manter a saúde mental e emocional em dia. E, caso as situações do dia a dia ainda provoquem muita angústia, ela recomenda buscar ajuda profissional. "A psicoterapia é uma ferramenta que auxilia a encontrar a felicidade e alcançar o bem-estar emocional e físico, além de te ajudar a ter mais autoconhecimento, autoestima e confiança."
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