"Não tinha vontade de nada", diz Samara Felippo sobre depressão pós-parto
A atriz Samara Felippo fez um relato impactante sobre o período em que viveu a depressão pós-parto. Ela participou do debate que integra a campanha de VivaBem "Supere a Depressão Pré e Pós-parto" nesta terça (23) mediado pelo psiquiatra Jairo Bouer. A conversa ainda teve a participação da ginecologista e obstetra Larissa Cassiano e da psicóloga clínica Danielle Braga.
Se não for tratada, a depressão pré e pós-parto pode se tornar uma depressão crônica ou até se agravar e trazer riscos para a mulher e o bebê, ainda visto como um tabu pela sociedade e até pelas famílias.
A atriz sofreu muito após o nascimento de Lara, a filha mais nova, enquanto vivia também o luto pela separação do companheiro. "Fiquei bastante tempo me culpando pela separação, sentia desânimo, chorava o dia inteiro, não queria ver a minha família", declarou.
Depressão dificultou amamentação
A atriz conta que separou-se do companheiro quando a filha tinha 20 dias e enfrentou dificuldades para lidar com todas as demandas da maternidade sozinha. "Eu acho que foi a união de tudo, a dor da separação, e eu com uma filha de quatro anos pedindo atenção e a recém-nascida", lembra.
Com o emocional abalado, Samara teve dificuldades para produzir leite e acabou amamentando por menos de um mês. Isso, segundo ela, só piorou a situação. "Eu fiquei bastante tempo me culpando emocionalmente, psicologicamente, pela separação, por não amamentar, por tudo aquilo que a mulher se culpabiliza", disse.
Ela ainda lembra que sentiu os sintomas clássicos da depressão: desânimo, choro constante, vontade de se isolar e falta de cuidados pessoais. "Eu não trocava de roupa, não tinha vontade de tomar banho, não tinha vontade de nada", afirma. "Por mais que eu pensasse que eu poderia dar conta de tudo, eu chorava cada vez mais porque eu não conseguia."
Romantização da maternidade
Samara também falou sobre os prejuízos de se romantizar a maternidade e sobre o ideal de "família margarina que a sociedade vende para nós, mulheres", que acabou fazendo com que ela rejeitasse a própria rede de apoio. "[eu queria] toda aquela família feliz, amamentar e dar para ele [companheiro] arrotar", diz.
Essa romantização, diz ela, acabou influenciando para que ela não buscasse ajuda e tentasse dar conta do recado sozinha. "É o famoso 'guerreira' que romantizam, né?", afirma ela. "Não sou guerreira, não romantiza meu cansaço, minha depressão."
A atriz contou também que chegou a pensar em se medicar sozinha, o que não fez. "Busquei ajuda no trabalho e em mulheres fortes, busquei força para olhar para a minha mulher", disse.
Vale reforçar que, se você está passando por isso, é importante buscar ajuda profissional com um médico de sua confiança. A automedicação é um grande risco tanto para você como para a saúde do seu bebê.
Assista à íntegra do debate
Supere a Depressão Pré e Pós-parto
A campanha Supere a Depressão Pré e Pós-parto começou nesta segunda (22) com a publicação do especial Mamãe Não Está Feliz. Ele mostra como identificar e tratar o transtorno, o impacto do problema para mães e bebês e como ajudar quem tem a condição.
Ao longo da semana ainda serão publicadas outras reportagens sobre o assunto, para mostrar como quadro afeta mais as mulheres que vivem na periferia, o que não falar para uma mãe que tem o problema e táticas que podem ajudar a superar a doença. Confira aqui todo o conteúdo da campanha.
Essa é a primeira de uma série de campanhas que VivaBem vai realizar ao longo do ano, com conteúdos temáticos para ajudar a combater problemas que muitas pessoas enfrentam no dia a dia e contribuir para que todos tenham mais saúde e bem-estar.
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