Baby blues ou depressão pós-parto? Saiba como diferenciar os quadros
Apesar de serem muito confundidos, a depressão pós-parto e o baby blues são problemas diferentes. O segundo, por exemplo, chamado de tristeza puerperal, é um quadro emocional transitório que afeta de 80 a 90% das mulheres imediatamente após o parto, conforme apontam estudos.
As explicações para esses sentimentos após o nascimento do bebê são diversas. "Todas as grávidas formam um filho imaginário. Quando a criança nasce, muitas têm dificuldade em transferir o amor para o filho real. Além disso, há o impacto da mudança de papéis —quem era filha, esposa ou empresária, por exemplo, agora precisa assumir o papel de mãe. Tudo isso acarreta no emocional", indica Marco Antônio Borges Lopes, ginecologista, obstetra e médico sênior em medicina fetal do Fleury Medicina e Saúde.
Os hormônios também influenciam em como a mãe se sente. Durante a gestação, a grávida produz muito estradiol. Após o parto, a queda da substância no organismo facilita sentimentos como tristeza e ansiedade.
"Além da transição, há o problema do sono. A criança demanda muito e é normal que a mãe fique mais irritada pelo cansaço", diz Lopes.
Principais sintomas
- Irritabilidade
- Indisposição
- Tristeza
- Baixa autoestima
- Mudanças bruscas de humor
- Sensação de incapacidade de cuidar do bebê e outros
Tratamento
A cura do baby blues, de acordo com o psiquiatra Sivan Mauer, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, é espontânea. "Não há a necessidade de medicação. O quadro some após algumas semanas de adaptação. Compartilhar os sentimentos e ter a ajuda de pessoas que apoiem essa mãe ajuda no processo", explica.
Quadro de depressão é mais sério e necessita tratamento
Já a depressão pós-parto é caracterizada por sintomas mais fortes, persistentes e que necessitam acompanhamento próximo.
"Além do estradiol, histórico familiar ou próprio de depressão ou outros quadros psiquiátricos, como a bipolaridade, são facilitadores. Fatores relacionados à vida pessoal, como falta de parceiro(a) para dividir as tarefas e problemas financeiros, também influenciam", diz o obstetra.
Principais sintomas
- Dificuldade de desenvolver sentimentos amorosos com o bebê
- Mudanças de humor severas
- Episódios de pânico
- Fadiga intensa
- Afastamento de amigos e familiares
- Alterações no apetite
- Falta de higiene da mãe e do bebê
- Irritabilidade
- Sentimentos de culpa, inadequação, inutilidade e vergonha
- Pensamentos de suicídio ou morte
- Falta de concentração
- Ansiedade grave
- Pensamentos relacionados a prejudicar a si mesma ou ao bebê
"Quando o quadro é muito severo e mistura sintomas de psicose, a mulher pode machucar a si mesma ou bebê. A família deve estar atenta aos sinais para intervir se necessário", diz o especialista.
Tratamento
Tratar a depressão pós-parto requer sessões de psicoterapia e medicação —esta última deve ser avaliada de acordo com cada quadro, podendo incluir antidepressivos ou antipsicóticos.
"Algo que toda mulher deve fazer é compartilhar seu histórico psiquiátrico, caso exista, no acompanhamento pré-parto. Isso pode ajudar na intervenção precoce, que previne que os quadros cheguem a estágios muito graves", esclarece Mauer.
Supere a depressão pré e pós-parto
Essa reportagem faz parte da campanha de VivaBem Supere a Depressão Pré e Pós-parto, que tem como objetivo chamar a atenção para o transtorno e os impactos que ele pode trazer para a mãe e o bebê. Ao longo da semana, uma série de reportagens e conteúdos especiais serão publicados com o objetivo de ajudar a identificar e tratar o problema. Confira todo o conteúdo da campanha aqui.
Fique ligado: a campanha é a primeira de uma série de VivaBem que, ao longo do ano, trará conteúdos temáticos para auxiliar no combate a problemas que muitas pessoas enfrentam no dia a dia e contribuir para que você tenha mais saúde e bem-estar.
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