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É verdade que usar esmalte escuro fortalece as unhas?

Priscila Barbosa
Imagem: Priscila Barbosa

Renata Turbiani

Colaboração para VivaBem

24/03/2021 04h00

Quem costuma frequentar salões de beleza para "fazer" as unhas já deve ter escutado que usar esmalte escuro as faz ficarem mais fortes. Mas será que isso tem algum fundamento? Pois, para tristeza de muitas mulheres, e mesmo de homens que gostam de pintá-las, a resposta é não, já que a cor não tem nenhum poder milagroso de força.

O que acontece é que esse tipo de produto, por conta do pigmento utilizado, é mais espesso que os de cores claras —no restante, a composição é a mesma—, por isso, quando aplicado, forma uma película mais grossa, dando a falsa impressão de que as unhas ficaram mais resistentes e duras.

Outro ponto é que ao pintar, sobretudo com um esmalte escuro, a pessoa acaba tendo mais cuidado com as mãos para não estragar a manicure, e isso, no fim das contas, é benéfico para as unhas.

Causas da unha fraca e tratamento

Unhas moles, finas e quebradiças, com descamação lamelar (oniscoquizia), estrias longitudinais (onicorrexe) e dificuldade para crescer são os principais sinais de fraqueza ou fragilidade ungueal. E essa condição pode acontecer por uma série de fatores, tanto externos quanto internos.

No primeiro grupo entram contato contínuo com água e sabão, manipulação de produtos químicos, uso excessivo de acetona e até esmalte, em especial os de má qualidade, retirada total da cutícula, roer as unhas e traumas repetidos, provocados, por exemplo, por digitação e trabalhos manuais.

Já na lista de causas internas estão questões genéticas e sistêmicas, como carências nutricionais e doenças, com destaque para as da tireoide (hipertireoidismo ou hipotireoidismo), da circulação, diabetes e anemia. Vale salientar que as unhas ainda podem ficar fracas em decorrência de alguma patologia dermatológica (micose, psoríase, eczema e líquen plano são algumas delas).

O tratamento vai depender da causa e do grau de fragilidade, portanto, é importante que um médico dermatologista faça a investigação e determine o melhor procedimento, que deve ser seguido à risca para evitar pioras, com consequente queda total da unha.

No caso dos fatores externos, no geral, a recomendação é evitar os hábitos nocivos e adotar os que costumam ajudar, como usar luvas para lavar louças, limpar a casa e em outras situações que exijam contato com produtos químicos, manter as unhas muito bem hidratadas —existem produtos específicos para essa região do corpo, mas os tradicionais, para o corpo, também podem ser utilizados— e trocar a acetona pelo removedor de esmalte.

Nos estágios mais intensos, a reposição de nutrientes, como de biotina e queratina, é o mais indicado, e ela pode ser feita através de suplementação oral ou alimentar.

Alguns dos ingredientes que contêm essas substâncias são castanhas, leite, banana, abacate e salmão (biotina) e quinoa, carne e derivados do leite (queratina). Junto a isso, pode ser necessário o uso de esmaltes ou bases fortalecedoras, cujas fórmulas devem ser prescritas pelo especialista.

Agora, se a causa do problema for alguma doença base, aí o principal a fazer é tratá-la. Concomitantemente, o médico pode solicitar o uso de produtos tópicos para as unhas e medicamentos suplementares.

Segundo as profissionais consultadas por VivaBem, para manter as unhas fortes também é importante deixá-las ao menos um dia sem esmalte e optar pelo uso dos com fórmula free, ou seja, livres de substâncias tóxicas, como formaldeído (ou formol), tolueno, ftalato, parabenos, petrolato, resinas e conservantes, ter uma alimentação equilibrada e boa hidratação e nunca colocar unhas artificiais, como as de gel, porcelana ou acrílico, em cima de unhas que não estiverem 100% saudáveis.

Fontes: Bethania Cavalli, dermatologista do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) de São Paulo e Máira de Magalhães Mariano Astur, dermatologista com mestrado em doenças das unhas e médica chefe no Ambulatório de Cosmiatria do Departamento de Dermatologia da EPM (Escola Paulista de Medicina) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).