Cacau Protásio faz cirurgia urgente por pancreatite aguda; entenda o quadro
A atriz Cacau Protásio, 45, está internada desde o dia 31 de março por causa de uma crise de pancreatite aguda. Ela precisou passar por uma cirurgia de urgência e deve operar novamente no dia 12 de abril.
No Instagram, o marido da humorista, Janderson Pires, agradeceu o carinho dos fãs e disse que a esposa está bem. "Só precisou internar por ser muito grave, o medo foi grande devido a esse momento tão terrível de covid, mas agora ela está bem."
A pancreatite aguda é uma inflamação que acomete o pâncreas, um órgão do trato digestório, que fica atrás do estômago, próximo das alças intestinais. Ele é responsável pela produção de vários hormônios como insulina e pancreatina, e enzimas que digerem a comida.
"A causa mais comum da pancreatite é a pedra na vesícula. Essa pedrinha sai da vesícula e passa por um canal em comum do pâncreas e da bile, e acaba inflamando a saída desse canal e obstrui a drenagem da secreção do pâncreas. Em mais de 70% dos casos, a pancreatite ocorre pela migração da pedra na vesícula (colelitíase)", explica Simone Reges Perales, cirurgiã do aparelho digestivo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Além da pedra na vesícula, a inflamação do pâncreas pode ocorrer pelo excesso de álcool, hipertrigliceridemia, comum em pacientes obesos, que tem colesterol alto, causas autoimunes ou hereditárias.
Os principais sintomas são dores abdominais, febre, olho amarelado, pressão baixa, náuseas, vômito e mal-estar generalizado.
Como é feito o tratamento?
Na maioria das vezes, o tratamento é feito apenas com suporte clínico —o paciente precisa ficar internado em jejum, se alimentando apenas por sonda ou dieta na veia (parenteral), tomando antibióticos e repousando.
"Nesses casos, em um segundo momento, a gente opera, mas não o pâncreas, opera a vesícula, faz a retirada da vesícula biliar, que é a colecistectomia", diz Perales.
No entanto, quando ocorre uma necrose do pâncreas é preciso fazer cirurgia. "Apenas 20 ou 30% dos pacientes evoluem para uma pancreatite aguda grave. O pâncreas, nesse caso, pode ter uma necrose do tecido e o médico precisa operar para retirar um pouco do tecido inflamado e necrosado no abdome. Esse paciente precisa de UTI e é um caso relativamente grave —a mortalidade gira em torno de 5 a 12% desses casos", alerta Henrique Perobelli, gastroenterologista e colo-proctologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
O especialista explica que é muito comum a necessidade de novas intervenções cirúrgicas, porém, o paciente tem grandes chances de se recuperar 100%. "Mas é uma das doenças mais graves benignas do aparelho digestivo", alerta Perobelli.
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