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UFMG identifica mutação de possível nova variante do coronavírus em BH

Em dois de 85 genomas analisadis foi identificada uma coletânea de 18 mutações ainda não descritas - GETTY IMAGES
Em dois de 85 genomas analisadis foi identificada uma coletânea de 18 mutações ainda não descritas Imagem: GETTY IMAGES

Do VivaBem, em São Paulo

07/04/2021 15h20

Uma possível nova variante do novo coronavírus foi identificada em Belo Horizonte e na região metropolitana da capital mineira. O alerta foi feito por pesquisadores do laboratório do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e do Grupo Pardini.

Eles sequenciarem 85 genomas de SARS-CoV-2 de amostras clínicas coletadas da região metropolitana da capital mineira. Em dois deles foi identificado um conjunto único de 18 mutações ainda não descritas, caracterizando uma possível nova variante de SARS-CoV-2.

Estudos genéticos demonstram que esses dois novos genomas, provavelmente oriundos da antiga linhagem B.1.1.28 circulante na primeira fase da pandemia na cidade, apresentam mutações em diversas regiões do genoma. Os resultados demonstraram ainda um aumento progressivo das variantes P1, P.2 e B.1.1.7 na região.

"Os resultados da pesquisa requerem urgência de esforços de vigilância genômica na região metropolitana de BH e estado de Minas Gerais para a avaliação da situação destes novos variantes de SARS-CoV-2", diz a nota sobre a pesquisa divulgada pela universidade.

Dos 85 genomas sequenciados, as seguintes linhagens foram encontradas: P.1 (30 amostras; 35,29%), P.2 (41 amostras; 48,23%), B.1.1.28 (8 amostras; 9,41%), B.1.1.7 (3 amostras; 3,53%), B.1.1.143 (1 amostra; 1,17%), B.1.235 (1 amostra; 1.17%) e B.1.1.94 (1 amostra; 1.17%). As variantes P.1, P.2 e B.1.1.7 possuem mutações críticas no gene codificante da proteína de espícula viral (S), envolvidas no aumento da transmissibilidade e no escape imunológico.

As amostras investigadas foram coletadas entre 28 de outubro de 2020 e 15 de março de 2021. No caso desses dois novos genomas, eles estão em amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação desta nova possível variante.

O sequenciamento teve colaboração do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Prefeitura de Belo Horizonte.