Composto natural inibe crescimento de tumor cerebral pediátrico, diz estudo
Cientistas da Queen Mary University of London encontraram uma forma de inibir o crescimento de células cancerígenas do meduloblastoma— um tipo de câncer cerebral que acomete especialmente crianças.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Communications, mostrou que o hexafosfato de inositol (IP6), um composto natural presente em plantas e animais, pode inibir o meduloblastoma e ainda ser combinado com a quimioterapia para matar as células cancerígenas.
O meduloblastoma possui taxa de sobrevivência de 70% em quem o tumor ainda não se espalhou, mas costuma ser fatal em casos recorrentes.
Como o estudo foi feito?
A pesquisa, pré-clínica, usou amostras de tecidos humanos e camundongos nos estudos. Os cientistas partiram da análise de como as células cancerígenas podem ou não se adaptar e controlar o próprio crescimento— um processo conhecido como epigenética.
Toda célula normal é capaz de ligar e desligar genes específicos para controlar o próprio crescimento. No câncer, esse processo acaba sendo modificado, levando à superprodução de proteínas específicas que atuam a favor do crescimento do tumor.
Os cientistas já sabiam que uma proteína envolvida nesse processo (chamada de BMI1) está presente em níveis elevados em diversos tipos de câncer, incluindo no subgrupo G4 do meduloblastoma, sustentando seu crescimento.
Eles também sabiam que, além dos altos níveis de BMI1, as células desse tipo de câncer também têm níveis baixos da proteína CHD7. Eles acreditam que essa combinação é justamente a "assinatura" do desenvolvimento do meduloblastoma tipo G4.
A equipe de cientistas conseguiu, então, reverter a situação usando o IP6 para controlar os altos níveis da proteína BMI1. Eles ainda mostraram que, combinado ao uso da quimioterapia, houve um aumento na capacidade de matar as células tumorais em camundongos.
Por que isso é importante?
O subgrupo G4 do meduloblastoma é o menos compreendido, mas considerado o mais comum e associado às mortes.
Atualmente, a opção de tratamento é a cirurgia acompanhada de quimioterapia e/ou radioterapia, mas o prognóstico não é bom para os pacientes que têm a doença de forma recorrente.
Os cientistas acreditam que os resultados trazem esperança para desenvolver novas opções de tratamentos para esse tipo de câncer cerebral, que acomete em especial os pacientes pediátricos.
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