Choque anafilático: entenda o que é reação que deixou atriz tetraplégica
A atriz Chantel Giacalone, conhecida pela franquia "Efeito Borboleta", e sua família receberam uma indenização de US$ 29,5 milhões (R$ 168 milhões), após tratamento negligente. Segundo o Las Vegas Review-Journal, o caso aconteceu em 2013, quando ela tinha 27 anos. Na ocasião, a atriz comeu um pretzel que continha manteiga de amendoim e sofreu um choque anafilático. Entretanto, na ambulância, a caminho do hospital, ela teve falta de oxigênio do cérebro por alguns minutos.
O episódio fez com que Giacalone perdesse a fala e todos os movimentos de seu corpo. Hoje ela só se comunica com os olhos.
O que é o choque anafilático
O choque anafilático é uma reação exacerbada do organismo a uma substância que ele vê como estranha e provoca esse choque, que inclusive pode levar a óbito, segundo Cristina Abud, alergista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Ele pode ser desencadeado por diversos antígenos (alérgeno) que provocam a reação. Entre os principais estão os medicamentos, látex (borracha), insetos e alguns tipos de alimentos, como foi o caso de Giacalone.
"A anafilaxia (ou reação) desencadeada pelo alimento depende da população de cada país. Aqui no Brasil, entre as crianças, o mais comum ocorre devido ao ovo, leite, trigo, soja e amendoim. Entre os adultos já entram os frutos do mar", diz Abud.
O choque anafilático pode se manifestar das seguintes formas:
- Na pele com placas avermelhadas (urticárias);
- Inchaço nos lábios, na língua e na pálpebra;
- Sintomas respiratórios como falta de ar, chiado no peito, nariz escorrendo e entupido;
- Sintomas gastrointestinais como diarreia e vômito;
- E a parte cardiovascular como hipotensão ou parada cardiorrespiratória, quando não há oxigenação de sangue adequado para o cérebro, o que gera lesão neurológica. Esses são os quadros mais graves que podem levar a óbito ou deixar sequelas gravíssimas como perda da movimentação do corpo. "Se você reanimar o paciente, pode até voltar, mas o risco é grande", diz a alergista.
É possível reverter
A especialista explica ainda que o choque pode ser revertido com uma injeção de adrenalina intramuscular, e que quando há o conhecimento prévio de alergia a determinado patógeno, o paciente deve sempre portar uma caneta de adrenalina autoinjetável, para o caso de uma emergência.
"No pronto-socorro a gente faz a adrenalina e observa dentro de um determinado período qual é a resposta daquele paciente. E tem algumas medidas também durante o choque para reanimação do paciente —a gente utiliza antialérgicos, corticoides, mas para a reversão do quadro, o fundamental é a adrenalina intramuscular", diz.
Quando a anafilaxia é prontamente revertida, o paciente pode ficar sem nenhuma sequela. No entanto, quando não há atendimento rápido e preciso, ele pode ir a óbito.
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