Como diferenciar um ataque de raiva 'normal' de um transtorno explosivo?
Resumo da notícia
- Em um ataque normal de raiva, a pessoa sente vontade de acabar com a situação que a trouxe aquele sentimento, mas rapidamente este impulso é freado
- No transtorno explosivo intermitente, os momentos de raiva acontecem cerca de 2 a 3 vezes por semana durante, mais ou menos, 3 meses
- Normalmente, a situação que levou ao sentimento é desproporcional à explosão de fúria, com agressões e quebra de objetos
A principal diferença está na frequência e intensidade da raiva. É importante saber que esse sentimento é normal, sendo uma resposta emocional a situações em que a pessoa se sente ameaçada, injustiçada, magoada ou frustrada. Muitas vezes, no ataque de raiva, a vontade é atacar a pessoa ou acabar com a situação que a está fazendo mal, porém, em fração de segundos, este impulso é freado.
Já o TEI (Transtorno Explosivo Intermitente) é um quadro em que a pessoa tem explosões de raiva com frequência, cerca de duas a três vezes por semana, durante, mais ou menos, três meses, e a situação que levou a este sentimento é desproporcional em relação à explosão de fúria que a pessoa apresenta. Geralmente nestas crises, a pessoa não breca os seus ímpetos, podendo quebrar alguma coisa, objetos, jogar coisas no chão ou perder o controle sobre a agressividade verbal, mas também pode acontecer de agredir outra pessoa.
Normalmente, a pessoa que tem o transtorno, após as crises, acaba se arrependendo do ocorrido. Ela se dá conta que o evento foi totalmente desproporcional e se sente mal, desconfortável e tem medo de o problema ocorrer outras vezes.
Caso os ataques de raiva ocorram com certa frequência, é importante buscar a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. O profissional da saúde fará uma avaliação da história da pessoa para poder chegar ao diagnóstico correto. Isso porque os ataques de raiva podem estar ligados não somente ao TEI, mas também ao estresse, depressão, transtornos de personalidade e outros problemas.
Caso a pessoa seja realmente diagnosticada com TEI, o tratamento envolve sessões de psicoterapia para que ela possa identificar os principais gatilhos que levam aos ataques de raiva e conseguir se controlar. Além disso, também pode ser prescrito algum medicamento que aumente o nível de serotonina no sistema nervoso central. Ao seguir o tratamento corretamente, o transtorno é controlado, podendo voltar em alguns momentos, mas não com a mesma intensidade que antes. Por isso, não deixe de buscar ajuda.
Fontes: Henrique Bottura, psiquiatra, diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista e colaborador do ambulatório de impulsividade do Hospital das Clínicas de São Paulo; Liliana Seger, psicóloga clínica e coordenadora do PRO-AMITI (Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do Ambulatório dos Transtornos do Impulso) do IPq - FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
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