Engenheira civil, ela perdeu 30 kg após sofrer bullying de colegas de obras
Com 103 kg, Sara Marcelino, 32, enfrentava dificuldades para realizar seu trabalho na área de construção civil por causa do excesso de gordura corporal. Muitas vezes, a engenheira de João Pessoa (PB) não conseguia subir em um andaime ou acessar locais estreitos nas obras. Além disso, ouvia piadas maldosas dos colegas e isso a deixava bastante chateada. A seguir, ela conta como mudou hábitos e emagreceu:
"Comecei a engordar bastante na época da faculdade, quando estava com 23 anos e pesava 85 kg. Mas só fui me dar conta de verdade do problema de excesso de peso três anos depois, quando a numeração das calças subiu de 42 para 46.
Com o tempo, minha autoestima foi ficando lá embaixo e o maior impacto foi na vida amorosa. Tive alguns namorados, mas, no geral, acredito que os rapazes não se interessavam por mim por eu ser obesa. Eu me achava sem graça, desinteressante e não tinha confiança por não me sentir atraente.
Minha alimentação era pouco saudável. Pela praticidade, preferia comer na rua e dificilmente cozinhava em casa. Os hábitos ruins já começavam no café da manhã, na padaria. Comia um misto quente e tomava café com leite e muito açúcar. No almoço, sempre ia a um restaurante de massas perto do trabalho e me acabava de comer macarrão, nhoque, lasanha. No lanche da tarde, comia um sanduichão e, à noite, jantava fast-food ou algum tipo de fritura.
Como muitas pessoas que lutam contra a obesidade, tentei emagrecer várias vezes. Seguia dietas que achava na internet e até conseguia um resultado imediato, mas depois engordava tudo novamente.
Com atividade física era a mesma coisa. Tentei fazer caminhadas, musculação, jogar vôlei e futsal para emagrecer, mas tudo bem esporadicamente. Além da preguiça, não conseguia tornar o exercício um hábito por sentir muito cansaço, falta de ar e indisposição.
Em 2017, aos 28 anos, cheguei a 103 kg, meu limite na balança. Tenho 1,70 m de altura e, com esse peso, meu IMC era de obesa. Nessa época, passei a sofrer bullying de algumas amigas e de colegas de profissão. Sou engenheira civil, parte do meu trabalho é fiscalizar a obra. Teve um dia em que tentei subir em um andaime e não consegui por estar muito pesada. Meus colegas deram risada, fiquei arrasada e fui para a minha sala chorar.
Além disso, faziam piadas quando eu precisava verificar um serviço e não conseguia passar em algum acesso que era mais apertado, por causa do meu tamanho. Eles sempre me chamavam de 'a engenheira gordinha'.
Decidi mudar após sofrer alguns desses episódios de bullying. Dei início ao meu processo de emagrecimento em fevereiro de 2017. Comentei com uma amiga sobre meu objetivo e ela me indicou a nutricionista dela. Na avaliação com a especialista, descobri que tinha 43% de gordura corporal. Um número muito alto. Quase metade do meu corpo era gordura.
A nutri definiu que eu deveria perder 30 kg para ficar dentro do peso saudável. Inicialmente, ela sugeriu a estratégia de estabelecer a cada 20 ou 30 dias uma pequena meta de emagrecimento, o que ajudaria a manter a motivação em alta ao conquistar cada pequeno resultado. Como sou uma pessoa muito competitiva, essa estratégia funcionou bem comigo.
O primeiro desafio foi eliminar 4 kg com reeducação alimentar e atividade física. Ela montou um plano alimentar com base no que agradava o meu paladar, mas reduziu a porção que eu consumia de cada alimento. Confesso que fiquei assustada com a pouca quantidade de comida nas refeições. Pensei: 'Não acredito que vou comer só isso, desse jeito vou morrer de fome'.
O cardápio não era complexo e tinha coisas que todos gostam de comer no dia a dia e são saudáveis. No café da manhã, eu consumia ovos, queijos e tomava chá. Nos lanches da manhã e da tarde, comia frutas. No almoço, podia escolher entre arroz e feijão e batata-doce, além de consumir verduras, legumes e uma carne, peixe ou frango. No jantar, eu geralmente repetia a batata-doce como fonte de carboidrato ou comia inhame ou macaxeira. Também fazia uma omelete ou uma carne.
Para dar certo, tive que seguir essa alimentação também fora de casa e até em festas ou reuniões com amigos. Quando ia a algum casamento ou restaurante, só comia uma proteína e salada. Quando ia ao barzinho, jantava em casa e lá no bar só tomava uma água com limão.
Recebi várias críticas por causa disso: algumas pessoas falavam que eu estava obcecada, outras diziam que eu já tinha emagrecido bastante e não precisava dessa restrição e algumas deixaram até de me convidar pois diziam que era muito chato sair com uma pessoa que não come. Por outro lado, recebi elogios de pessoas que admiravam o meu foco e disciplina, o que me incentivou a prosseguir.
Durante meses, foquei 100% na alimentação e não saí um único dia da dieta, não tive um 'dia do lixo'
Apliquei a mesma determinação nos exercícios físicos. Reativei o meu plano na academia e fazia 30 minutos de esteira de segunda à sexta. Também fazia musculação duas vezes na semana e treinamento funcional nos outros três dias.
Não só bati a primeira meta mensal da nutricionista, como ainda eliminei 1 kg a mais: perdi 5 kg no total. Seguimos traçando metas parecidas a cada 30 dias e, cada objetivo alcançado, eu ficava mais empolgada de continuar o processo.
Segui essa rotina por sete meses e eliminei 30 kg, chegando a 73 kg e a 15% de gordura corporal [índice de algumas atletas, considerado muito bom para a saúde].
De 2018 para cá, fiz algumas mudanças na rotina e passei a praticar outros esportes. Malho com personal trainer, treino pilates, ando de bike, participo de corridas de rua, faço aulas de surfe e de beach tênis.
Tudo melhorou com o meu novo estilo de vida, a autoestima, a saúde, as questões profissionais. Consigo me relacionar melhor amorosamente e, no trabalho, ganhei o respeito e admiração dos colegas, que hoje me chamam de 'engenheira fitness'."
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