O que se sabe sobre Regen-Cov, aprovado pela Anvisa contra covid-19
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nessa terça-feira (20) o uso emergencial dos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe, administrados em conjunto no tratamento inicial contra a covid-19. A liberação é apenas em ambiente hospitalar — não haverá comercialização em farmácias —, sendo que não está autorizado o uso em pacientes já internados ou que necessitam de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica em seus tratamentos.
O coquetel, chamado de Regen-Cov, não previne a doença, mas apresentou resultados positivos para evitar o agravamento do quadro em pacientes com fatores de risco: idade avançada (65 anos ou mais), obesidade, doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, asma, diabete, doenças renais crônicas, incluindo pacientes em diálise, imunossuprimidos e doenças hepáticas crônicas.
Segundo a Anvisa, "a indicação dos medicamentos é para quadros leves e moderados da doença, em adultos e pacientes pediátricos (12 anos ou mais) com infeção por Sars-CoV-2 confirmada por laboratório, e que possuem alto risco de progredir para formas graves da doença".
O que são
"Já estavam sendo feitos trabalhos desde junho do ano passado. E hoje é uma terapêutica das grandes frentes que estão tendo uma boa resposta", comenta Raquel Muarrek, médica infectologista da Rede D'Or. Segundo ela, o Regen-Cov é para ser usado antes da inflamação, como um anticorpo, para ajudar o paciente no trabalho infeccioso. "Ele oferece soldados para que você tenha um aporte", diz, ressaltando que cada droga atua para inibir ou oferecer ajuda, neste caso, o coquetel oferece ajuda.
Os anticorpos monoclonais são versões fabricadas em laboratório das defesas naturais do corpo para combater infecções. Dar às pessoas anticorpos já preparados pode ajudar quem corre alto risco de adoecer com gravidade, devido a uma imunidade frágil ou a condições subjacentes.
A especialista destaca que as respostas imunológicas são individuais, ou seja, cada pessoa terá um tipo de reação aos anticorpos. "Mas nós temos essa resposta em frente às variações que estão tendo agora. Tendo soldados para ajudar, talvez, o indivíduo tenha um desfecho melhor no final".
Contraindicações e efeitos colaterais
Entretanto, os anticorpos não demonstraram benefício em pacientes internados, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados. O casirivimabe e o imdevimabe devem ser administrados juntos por infusão intravenosa (IV) e os possíveis efeitos colaterais incluem anafilaxia (reação alérgica aguda), febre, calafrios, urticária, coceira e rubor. "A segurança e a eficácia dos anticorpos continuam a ser avaliadas por meio de estudos que estão em andamento", diz a nota.
De acordo com os trabalhos científicos já apresentados, o coquetel precisa ser administrado ao terceiro dia após o contágio, ou até o quinto dia. Já a dose pode ser variada, isso ainda deve ser especificado pela comunidade médica. "No Brasil, vamos precisar ver de que forma vamos aplicar. Então, normalmente, a gente discute que pode ser em dose única até o terceiro dia, mas é variado", diz a infectologista.
Em média, segundo a especialista, o Regen-Cov age no organismo entre 15 e 20 dias. Sendo assim, a expectativa é que os medicamentos ajudem os pacientes a passarem pelo período mais crítico da doença.
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