Sensação de pertencimento e suporte da família melhoram desempenho escolar
Resumo da notícia
- O estudo analisou relatos e dados de desempenho em testes escolares do PISA 2015 de 23.141 estudantes brasileiros
- Pesquisadores avaliaram o desempenho em matemática, leitura e ciências destes adolescentes
- Qualidade do suporte dos pais reflete em como o estudante se sente na escola
O desempenho do estudante que está nos últimos anos do ensino fundamental é influenciado pelo contexto escolar e familiar ao qual ele está inserido.
Além disso, há forte correlação entre a sensação de pertencimento à escola e o suporte emocional da família com o aprendizado demonstrado pelo aluno em matemática, leitura e ciências. Esta é a conclusão de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) em estudo publicado na revista "Psico-USF".
Para chegar a este resultado, os autores utilizaram a base de dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2015. A partir dela, eles obtiveram os relatos de 23.141 alunos, dos 27 estados brasileiros, matriculados no ensino fundamental, a maioria em escolas estaduais, com faixa etária de 15 a 16 anos.
O objetivo foi analisar o potencial impacto da relação do estudante com a escola e a família nos escores de desempenho em matemática, leitura e ciências.
O trabalho mostra que a qualidade do suporte dos pais reflete em como o estudante se sente na escola e, possivelmente, na sua concentração ao fazer avaliações escolares.
A autora principal do estudo, Mayra Antonelli Ponti, da USP, observa que os ambientes escolar e familiar são muito importantes para o desempenho dos estudantes e reitera a necessidade de essas dimensões serem alvo de políticas públicas na área da educação.
"É fundamental haver um olhar contextualizado e integral para o jovem de tal forma que garanta um desenvolvimento saudável e um aprendizado efetivo", afirma.
De acordo com a pesquisadora, os aspectos sociais devem ser levados em consideração ao se analisar o cenário da educação. "Com apoio familiar e se sentindo pertencente a um grupo, como no caso da escola, o aluno terá maior potencial de direcionar suas energias para os estudos e a se empenhar de maneira mais intensa a propósitos que são compartilhados com os familiares, professores e colegas", observa.
Mayra Antonelli Ponti explica que são necessárias mais e profundas investigações sobre os anos finais do ensino fundamental dos alunos brasileiros para se identificar quais são os principais gargalos no ensino oferecido para esta faixa etária.
"Não está claro o motivo de essa etapa não ter um resultado satisfatório, com altas taxas de abandono e evasão escolar". A pesquisadora acredita que provavelmente diversos aspectos estejam relacionados ao problema.
Como reflexo da pandemia, o pertencimento à escola pode ter outras interpretações por causa do ensino remoto. Configurações do ambiente doméstico e do suporte que a família poderia dar aos filhos no período pré-pandemia podem ter se modificado, devido a possíveis perdas financeiras da família e a necessidade de readequação completa da rotina dos lares brasileiros.
Isso sem contar com os índices de evasão que poderão vir desses anos de pandemia, reforça Mayra, o que pode resultar em estudantes que nem ao menos chegarão a finalizar o ciclo do ensino fundamental.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.