Adultos mais velhos podem ser mais focados e menos ansiosos, diz estudo
Os adultos mais velhos podem ser mais focados, menos inquietos mentalmente e serem menos afetados pela ansiedade do que os mais jovens. Essas são algumas das conclusões de uma nova pesquisa do Instituto de Neurociência do Trinity College, em Dublin. O trabalho foi publicado na edição de fevereiro da revista "Psychology and Aging".
"É importante ressaltar que os adultos mais velhos parecem mitigar os aspectos negativos do declínio cognitivo, aumentando a motivação e adotando estratégias mais eficientes para suspender a mente errante quando o foco é necessário", afirmou o doutor Paul Dockree, professor de psicologia e coautor do estudo.
O médico ainda destacou que "'velho e distraído' é uma frase que é reconhecida na linguagem comum, mas não contém uma verdade universal".
A equipe investigou se a natureza e a frequência da divagação mental mudou com a idade e aplicou testes cognitivos e psicológicos para avaliar a divagação mental intencional e não intencional.
Eles empregaram uma abordagem metodológica por meio da qual adultos mais velhos saudáveis realizaram uma tarefa de atenção computadorizada que, periodicamente, pedia aos participantes que relatassem seu estado mental atual.
"A pesquisa sobre diferentes estados de atenção é vital para moldar nossa compreensão do cérebro e do processo natural de envelhecimento e pode ajudar a informar futuras intervenções destinadas a promover o envelhecimento saudável", diz o texto do estudo.
As principais conclusões foram:
- adultos mais velhos exibiram uma tendência menor para divagações mentais, tanto involuntariamente quanto intencionalmente, do que os adultos mais jovens. No total, adultos mais velhos e mais jovens relataram divagações mentais 27% e 45%, respectivamente, em resposta às sondagens de pensamento durante a tarefa.
- adultos mais jovens e mais velhos demonstraram desempenho de tarefas semelhante; embora, adultos mais velhos tenham desempenho com menos variabilidade, indicando melhor foco geral.
- apesar do pior desempenho em testes cognitivos padrão, os adultos mais velhos exibiram níveis mais baixos de ansiedade e depressão, menos dificuldades subjetivas de atenção e maior motivação relacionada à tarefa do que os mais jovens.
- as análises destacam as qualidades adaptativas de adultos mais velhos que foram capazes de reduzir suas divagações mentais não intencionais por meio de seus níveis mais baixos de ansiedade e maior motivação para a tarefa do que o grupo mais jovem mentalmente inquieto.
"Nossa pesquisa fornece uma nova visão sobre a influência do processo natural de envelhecimento na divagação da mente. Destacamos as estratégias adaptativas e qualidades positivas adotadas por adultos mais velhos que levaram a uma redução benéfica em sua divagação mental e desempenho equivalente com adultos mais jovens", afirmou Catherine Moran, autora principal do estudo.
"Dissecar os mecanismos subjacentes aos diferentes processos cognitivos pode ser uma indicação importante do envelhecimento bem-sucedido", completou.
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