Estudo: sinusite crônica pode desencadear mudanças na atividade cerebral
A sinusite crônica, além de trazer um grande desconforto nos pacientes, também pode desencadear mudanças na atividade cerebral, segundo um estudo publicado pelo periódico JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery no dia 8 de abril. A doença é caracterizada pela inflamação dos seios paranasais, que são os espaços ocos dos ossos que rodeiam os olhos, a maçã do rosto e a testa —isso tudo pode causar dor de cabeça, tosse, entre outros sintomas.
No estudo, os pesquisadores fizeram uma análise profunda e descobriram que um importante centro funcional do cérebro —a rede frontoparietal— era interrompido em pacientes com sinusite. Segundo os cientistas, essa região tem um papel relevante na modulação da cognição das pessoas.
Apesar das descobertas, os autores sinalizam que o estudo traz informações preliminares e não mostra uma relação direta de causa e efeito. Algumas questões, inclusive, permanecem sem respostas. Por exemplo: não é possível afirmar que pacientes com sinusite têm maior predisposição a desenvolver doenças mentais.
Como o estudo foi feito
A equipe analisou imagens cerebrais e avaliações de saúde mental de mais de 1.200 adultos, com idades entre 22 e 35 anos. Todos participaram do Human Connectome Project, dos EUA, com dados coletados entre 2019 e 2020.
A partir disso, os pesquisadores se concentraram em 22 pacientes com sinusite moderada a grave. Também analisaram outras 22 pessoas sem a doença.
Quais foram os resultados?
Inicialmente, a equipe não viu nenhuma diferença significativa em termos de quão bem os pacientes se saíram nos testes de raciocínio em relação àqueles sem sinusite.
No entanto, após uma análise mais aprofundada no cérebro deste grupo específico, eles descobriram que um importante centro funcional do órgão foi interrompido em casos de pessoas diagnosticadas com sinusite.
De acordo com o pesquisador principal, esta região é importante por coordenar a atividade de várias áreas do cérebro e manter o equilíbrio do órgão. Ele observou, por exemplo, que a área afetada se sobrepõe amplamente às regiões acometidas por doenças mentais, como depressão e esquizofrenia. Ainda assim, as descobertas são preliminares e não mostram uma relação direta de causa e efeito.
Por que este estudo é importante?
O autor do estudo explica que a descoberta é importante porque pode ampliar a maneira como os médicos enxergam a sinusite.
"O reconhecimento da dimensão da disfunção cerebral da sinusite, pelos médicos, é um primeiro passo poderoso no tratamento da doença com um todo e não apenas dos sintomas clássicos", afirmou Aria Jafari, autor do estudo.
"No futuro, as terapias com foco na disfunção cerebral podem ser uma opção para ajudar os pacientes com sinusite a recuperar sua saúde e maximizar sua qualidade de vida."
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