Luisa Mell está com covid-19, mas teste rápido deu falso negativo; entenda
Luisa Mell revelou aos seus seguidores no Instagram que foi reinfectada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A apresentadora e ativista já havia sido contaminada em março de 2020.
Na publicação, a apresentadora e ativista explica que não estava conseguindo comer e decidiu fazer o teste rápido em uma farmácia. Mesmo com o resultado negativo, ela ainda estava se sentindo muito cansada e decidiu fazer mais um exame— o RT-PCR, que finalmente deu positivo.
Luisa criticou a baixa qualidade dos exames oferecidos em farmácias pela baixa qualidade que oferecem. "Ontem era aniversário do meu enteado. Como deu negativo meu marido queria que eu fosse dar os parabéns na casa dele", contou. "Quantas pessoas não baixam a guarda diante de um teste negativo e contaminaram outras?", escreveu.
Falsos negativos
Atualmente, para detectar a presença ativa do vírus, existem três testes disponíveis:
- RT-PCR: é o teste considerado padrão de referência para diagnosticar a covid-19 e é colhido por meio do swab nasal, aquele cotonete grande introduzido no nariz ou na garganta, para colher a secreção respiratória com o material genético do vírus vivo. Deve ser feito na primeira semana de sintomas, chega a ficar acima dos 90% de precisão e é raro acusar um resultado falso positivo.
- PCR-Lamp: é o teste molecular mais barato, conveniente, avançado e de rápido resultado para a detecção de coronavírus. Pode ser comprado diretamente pelo consumidor final, geralmente online, sem pedido médico. Diferente também do RT-PCR, o PCR-Lamp é feito pela saliva, indolor e não invasivo. A técnica PCR-Lamp pode chegar a 99% de especificidade e mais de 80% de sensibilidade, precisão equivalente àquela do RT-PCR.
- Antígeno: também chamado de "teste rápido", esse também utiliza o swab nasal. O teste de antígeno busca fragmentos (proteínas) do vírus para apontar a infecção e fica pronto em até 30 minutos. O método simplificado, que possibilita um resultado rápido, é pouco preciso e apresenta altas taxas de falso negativo ou falso positivo.
De acordo com Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), os testes de antígenos, comumente utilizados nos kits rápidos nas farmácias (no Brasil e no mundo), costumam apresentar grande variabilidade de resultado. "É uma armadilha, pois a chance de dar falso negativo existe", afirma.
Isso ocorre pois a sensibilidade desse tipo de teste é baixa e acaba variando de acordo com a quantidade de partículas virais encontradas na amostra fornecida para análise. "E já sabemos que a carga viral pode variar de acordo com a fase da doença", alerta o especialista.
O problema é que muitas pessoas buscam esse tipo de exame para ter um resultado rápido e, se negativo, saírem para encontrar pessoas ou para ir a alguma festa. "E isso é errado, pois mesmo que estejam saudáveis, elas podem se contaminar durante essas saídas", diz. "E, se o exame for um falso negativo, elas irão contaminar mais gente."
Ou seja, mesmo que o teste dê negativo, o recomendado é manter os cuidados com higiene (lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel) e manter o distanciamento social (evitando encontrar pessoas e frequentar locais com aglomeração). "
Estou com sintomas. O que posso fazer?
Shcolnik recomenda que, ao desconfiar que possa estar contaminada, a pessoa busque fazer o exame RT-PCR— considerado referência pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para diagnosticar a doença, já que possui maior sensibilidade para detectar a presença do vírus.
O ideal, como já dito, é que o exame seja feito após quatro ou cinco dias após o início dos sintomas.
Vale lembrar que alguns testes feitos em farmácias usam amostras retiradas com swab (ou "cotonete"); esse tipo de análise, no entanto, é diferente do feito em laboratório. "O RT-PCR é realizado em um ambiente controlado e com especialistas. É um exame mais complexo e detalhado", explica Shcolnik.
* com informações de reportagem publicada em 25/04/2021.
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