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O que fazer para aliviar a dor causada pelo herpes-zóster já tratado?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

04/05/2021 04h00

Resumo da notícia

  • Chamada de neuralgia pós-herpética, a dor prolongada causada pelo herpes tratado atinge entre 10% a 15% das pessoas e necessita de terapia específica
  • O médico poderá prescrever medicamentos, cremes, emplastros, ou partir para alguma técnica invasiva
  • No caso da prevenção, existem vacinas para a doença que diminuem significativamente o risco do vírus se manifestar

O primeiro passo é buscar a ajuda de um neurologista especialista no tratamento da dor para que ele possa fazer uma avaliação de alternativas terapêuticas. Durante a consulta, o profissional da saúde fará alguns questionamentos, como o tempo do início dos sintomas e do tratamento inicial, a extensão e gravidade das lesões, a intensidade e localização da dor, os medicamentos já utilizados, com as respectivas dosagens e efeitos colaterais.

A dor duradoura causada pelo herpes-zóster, chamada de neuralgia pós-herpética, ocorre entre 10% a 15% dos pacientes que têm o problema e necessita de tratamento específico. A terapia pode variar de caso a caso. Mas, basicamente, o médico poderá prescrever algum medicamento antiepiléptico, uso tópico de creme de capsaicina ou emplastros de lidocaína. Já em casos resistentes ao tratamento, o especialista pode partir para técnicas invasivas, como os bloqueios da raiz dos nervos, aplicação de toxina botulínica, radiofrequência, injeção de corticoides ou opioides diretamente na medula.

Existem, também, vacinas para a doença que diminuem significativamente o risco de manifestação do herpes, assim como do desenvolvimento da neuralgia pós-herpética. Geralmente, a vacina é indicada para pessoas cima de 50 anos de idade (faixa etária em que o risco da doença é maior).

O herpes-zóster é da família do vírus da catapora (Varicella zoster). Como grande parte da população já teve contato com a doença, mesmo que ela não tenha se manifestado, o micro-organismo fica latente no nosso corpo. É como se o vírus estivesse dormindo, mas em um local específico: nas raízes nervosas da medula espinhal, responsáveis por formar os nervos periféricos que percorrem todo o nosso organismo.

Quando a gente sofre alguma alteração na imunidade, este vírus pode ser reativado, o que desencadeia o desenvolvimento das lesões típicas na pele junto com a dor, principalmente na região dorsal, em apenas um dos lados do corpo. Em algumas pessoas, a inflamação é tão forte que pode gerar dor crônica (neuralgia pós-herpética). Por isso a importância de procurar um médico assim que o vírus se manifestar na pele.

Fontes: Cláudio Corrêa, Neurocirurgião especialista em dor do Hospital Nove de Julho, em São Paulo (SP); Ivo Marchiori, neurologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR); Marcelo Ciciarelli, do Departamento Científico de Cefaleia da ABN (Associação Brasileira de Neurologia).

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