AstraZeneca: estudo aponta risco de coágulos, mas perigo é maior sem vacina
Casos de coágulos sanguíneos após receber a vacina contra covid-19 da AstraZeneca têm preocupado governos e cidadãos ao redor do mundo, em alguns países o imunizante até chegou a sofrer restrição. No entanto, um novo estudo publicado na British Medical Journal reconhece o risco, mas afirma que o perigo é maior sem a vacina.
A pesquisa utilizou dados de saúde de 280 mil pessoas vacinadas com uma dose de AstraZeneca na Dinamarca e Noruega. Os cientistas compararam a taxa de coágulos sanguíneos e ataques cardíacos nos primeiros 28 dias após a imunização.
Com isso, os pesquisadores identificaram 59 casos de coágulos sanguíneos nos vacinados - o esperado eram 30 ocorrências. O aumento foi, especificamente, em raros coágulos sanguíneos no cérebro e as taxas de coágulos arteriais, ataques cardíacos ou derrames ficaram estáveis.
O estudo foi conduzido de forma observacional, ou seja, não é possível determinar as causas exatas de tais coágulos. Os pesquisadores estão trabalhando para descobrir esses fatores, mas sugerem que há evidência ligando o problema de saúde à vacina da AstraZeneca.
No entanto, os cientistas ressaltam que as informações devem ser interpretadas no contexto da pandemia e nos "efeitos comprovados da imunização". O estudo segue apoiando a vacinação, apesar do descoberto durante a análise. "Sabemos pelos testes das vacinas que a redução de mortalidade supera de longe qualquer risco de efeitos adversos", falou.
Sobre a pesquisa, o professor da escola de medicina da University of East Anglia Paul Hunter escreveu que países que se recusam a usar as vacinas já compradas contribuem para um número maior de mortes evitáveis. "Recusar uma vacina hoje, porque é AstraZeneca ou Johnson & Johnson em esperança de tomar outra vacina depois, acarreta um risco real de morte por covid-19 antes de poder tomar uma de outro fabricante", disse.
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