Ansiedade pode causar medo e angústia, assim como Juliette relatou; entenda
Campeã do BBB21, Juliette disse estar assustada com a fama após o reality show e passou a sofrer crises de ansiedade. As declarações foram dadas durante entrevista para o jornal Extra.
"Comecei a ter problema de ansiedade no início da pandemia. (...) Agora, está muito intenso, chego a me tremer toda. Tenho medo de tudo. Quando tem muita gente junta, temo que as pessoas se machuquem. Quando falo, temo machucar alguém. Tenho receio de usar uma palavra errada. Eu me assusto com o poder da minha opinião e as consequências dela", afirma a advogada, que está fazendo acompanhamento psicológico duas vezes por semana.
Medo, angústia, preocupação com desgraças futuras e pensamentos catastróficos (como se algo ou alguém fosse se machucar) são sintomas comuns da ansiedade, estado que possui uma função importantíssima para a sobrevivência e adaptação ao ambiente. É o que nos permite, por exemplo, lutar ou fugir diante de alguém que não respeita a lei ou de um motorista que não viu o sinal ficar vermelho.
Mas quando a reação se torna muito intensa, desproporcional ao estímulo ou crônica, ela causa enorme sofrimento e perdas— e aí a ansiedade passa a ser considerada uma doença.
O transtorno, aliás, já é um velho conhecido dos brasileiros. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil tem maior índice de pessoas com o transtorno no mundo— cerca de 9,3% da população.
A ansiedade também tem manifestações físicas, como insônia, falta de ar, sudorese, boca seca, formigamento, náusea, taquicardia e tensão muscular, entre outros.
A ansiedade pode ser boa?
Por incrível que pareça, sim. Ela é benéfica e até esperada (já que é um comportamento humano) quando nos prepara para algum acontecimento importante que desperte em nós uma expectativa positiva, como a chegada de um casamento, o nascimento de um filho ou a possibilidade de conseguir um emprego melhor.
Além disso, diante de uma situação de perigo real, a ansiedade ajuda a nos manter vigilantes e atentos, além de nos mover para resolver situações que precisamos enfrentar.
Se, por acaso, fosse possível vier sem ansiedade, isso nos causaria uma falta de vontade e de interesse por tudo, já que a ansiedade também nos impulsiona a tomar atitudes e, muitas vezes, até a evoluir emocionalmente. Ela só se torna um problema quando passa a ser vivenciada de forma intensa e exacerbada.
Diferentes tipos
A ansiedade pode se manifestar de algumas formas específicas, como as fobias, que ocorrem muitas vezes na infância, como de insetos, altura e outras situações. Os transtornos de ansiedade generalizada (TAG) e de pânico também são comuns, embora menos prevalentes. Confira abaixo os tipos mais comuns:
Ansiedade generalizada: preocupação intrusiva, quase que diária, relacionada a eventos corriqueiros como trabalho, dinheiro, responsabilidades, atrasos e doenças. Dores musculares, cefaleias e problemas gastrointestinais são consequências comuns.
Fobia social: medo ou ansiedade paralisante quando a pessoa é exposta em um ambiente social, ou deve fazer algo em público, como apresentar um trabalho, assinar um cheque ou sair com um pretendente.
Pânico: a pessoa experimenta períodos de retorno à rotina e "normalidade", mas, de repente, sem motivo aparente, tem uma crise que dura alguns minutos e tem a sensação de que vai morrer, enlouquecer ou perder o controle. Dor no peito, falta de ar, taquicardia, formigamento e sensação de desmaio são alguns sintomas que costumam acompanhar os ataques.
Agorafobia: caracteriza-se por medo de aglomerações ou de situações onde conseguir socorro seria muito difícil, por exemplo em túneis, elevadores ou num show lotado. A pessoa passa a restringir sua vida para evitar situações que despertem esse medo, que, ao ser deflagrado, com frequência termina em uma crise de pânico.
Transtorno obsessivo compulsivo: doença na qual estão presentes primordialmente dois sintomas— os pensamentos intrusivos e os rituais para amenizá-los, que podem ser de limpeza (lavar as mãos o tempo todo), organização (arrumar quadros, não pisar em linhas), verificação (checar se trancou a porta várias vezes), repetir palavras ou fazer contas mentalmente, para citar apenas alguns exemplos. Se a pessoa não faz aquilo, sente que algo de muito ruim vai acontecer.
Transtorno de estresse pós-traumático: desenvolve-se após uma experiência traumática (como assalto, guerra, acidente de carro, sequestro etc.) em que a vida da pessoa ou de outros fica ameaçada. Mesmo depois de dias, meses ou anos, a pessoa revive o episódio e sente angústia, ansiedade e sintomas físicos, como se estivesse de novo no momento original.
Tem tratamento?
Sim. O diagnóstico da ansiedade é clínico, ou seja, baseado na análise dos sintomas. Psicoterapia e o uso de medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos (que devem ser usados apenas com acompanhamento médico especializado) são importantes para ajudar na recuperação.
Além disso, terapias complementares (como práticas meditativas e treino de respiração da ioga) e a manutenção de um estilo de vida saudável (com prática de exercício físico regular e uma dieta equilibrada) também são fundamentais para o sucesso do tratamento.
*com informações de reportagens de Tatiana Pronin publicada em 17/07/2018 e Bruna Alves em 29/04/2021.
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