Squash queima 900 calorias por hora e melhora força e resistência física
De cara, para quem não conhece, o squash é um esporte que pode lembrar o tênis —já que ambos são praticados com raquetes e bolinha. Mas as principais semelhanças param por aí.
Praticado em uma quadra fechada, o squash consiste em rebater a bolinha de borracha contra uma parede —o nome da modalidade, aliás, vem da palavra em inglês que significa esmagar, por causa do barulho que cada batida provoca.
O esporte pode ser disputado individualmente (um contra um) ou em duplas, e os oponentes devem se alternar nas raquetadas —deixando a bolinha bater no máximo uma vez no chão por jogada. As partidas são bem intensas, já que bola volta com muita rapidez, o que exige explosão, agilidade, resistência, coordenação motora e reflexos rápidos.
Justamente por exigir tantas capacidades do corpo, o squash já foi eleito pela revista americana Forbes como o exercício mais saudável para se praticar, seguido pelo remo, pela escalada e pela natação. A seleção analisou seis quesitos de diversas modalidade e os com melhor pontuação total foram os vencedores: resistência cardiorrespiratória gerada, força e resistência muscular proporcionada, flexibilidade exigida, gasto calórico e risco de lesão.
Os principais benefícios do squash
- Alto gasto calórico
Segundo levantamento realizado pela Associação Espanhola de Ciências do Esporte, a modalidade proporciona, em média, a queima de 900 calorias por hora —esse gasto é menor apenas do que o da corrida, do remo e do ciclismo. Essa alta demanda energética ocorre pois os praticantes se movimentam muito durante a partida.
Em 2018, a PSA (Professional Squash Association) comparou o esforço dos atletas nos jogos profissionais de maior duração de tênis e de squash no ano. "Apesar de a partida de squash ter durado 66% a menos (97 minutos contra 288 minutos), os atletas correram uma distância total 36% maior (4,96 km no squash contra 3,64 km no tênis) e ficaram, em média, 60% do tempo do jogo em movimento, enquanto os tenistas permaneceram em média só 15% do tempo se movimentando", conta Walter Meyer Karl, presidente da Federação Paulista de Squash.
- Melhora a resistência aeróbica
O corre-corre constante na quadra e as acelerações necessárias para rebater a bolinha fazem com que o coração e os pulmões trabalhem bastante. Isso contribui para que o condicionamento cardiorrespiratório fique muito melhor —ou seja, você passa a ter mais fôlego.
- Ganho de força, resistência e potência muscular
Pernas para correr, braços e ombros para dar raquetadas e abdome para manter a estabilidade do tronco durante os golpes. O squash exige um trabalho constante de praticamente todos os grupos musculares do seu corpo, desenvolvendo força, potência e, principalmente, resistência muscular.
- Trabalha a flexibilidade e mobilidade
Em muitas jogadas, o atleta precisa esticar, torcer e virar pernas, braços e tronco para rebater a bola, o que exige flexibilidade e mobilidade.
- Melhora da concentração e do raciocínio
No squash, o cérebro é bastante exigido. Você precisa estar muito atento ao que está acontecendo dentro da quadra e tomar rapidamente as decisões (para onde correr, melhor forma de se posicionar para rebater a bolinha etc.).
- Ganho de coordenação motora, agilidade e equilíbrio
Essas capacidades são muito necessárias para que o atleta consiga se deslocar e fazer a jogada de maneira eficiente.
- Combate ao estresse
Como qualquer atividade física, o squash estimula a liberação de endorfina e outros neurotransmissores que promovem a sensação de prazer, bem-estar e relaxamento. A interação com outras pessoas e a diversão que acontece durante a partida também ajudam a diminuir a tensão do dia a dia e melhorar o humor.
Cuidados ao praticar
- Faça um check-up médico
Como em qualquer atividade física, é muito importante consultar-se com um cardiologista, um médico do esporte e/ou um ortopedista e realizar exames médicos para saber se está tudo bem com sua saúde e você pode realizar exercícios de alta intensidade.
"Quem tem qualquer dor limitante nos joelhos, ombros, quadril ou na coluna, por exemplo, ou problemas de saúde, principalmente cardíacos, deve sempre ter o aval do médico", alerta Páblius Staduto Braga, médico do esporte e reumatologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.
- Prepare o corpo
Como o squash é um esporte muito intenso, o ideal é pegar leve no início, praticando a modalidade em duplas e/ou disputando partidas com menos "pontos" e "sets". Outra boa opção é que, entre iniciantes, permita-se que a bola bata até duas vezes no solo por jogado (na regra oficial, ela só pode bater uma).
Ainda é indicado realizar outras atividades que vão ajudar na melhora do condicionamento geral e ajudar o corpo a suportar as principais exigências do squash, como caminhada, corrida, musculação ou treinamento funcional.
- Use os acessórios certos
"É importante utilizar um calçado adequado e óculos para proteger os olhos de uma bolada", diz Thomaz Baganha Corrêa, coordenador de squash no Nordeste pela Confederação Brasileira de Squash. Busque também ajuda de um professor para explicar as regras e o esquema de jogo, aprender a evitar colisões na quadra e fazer adaptações na regra, caso o nível e condicionamento físico dos atletas exige isso.
Fontes consultadas: Walter Meyer Karl, presidente da Federação Paulista de Squash e diretor adjunto de squash do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo; Thomaz Baganha Corrêa, coordenador de squash no Nordeste pela Confederação Brasileira de Squash, ex-jogador profissional, treinador de squash formado pela federação mundial do esporte e sócio da Academia Cearense de Squash, em Fortaleza; Páblius Staduto Braga, médico do esporte do Hospital Nove de Julho, em São Paulo; e Guilherme Castro, diretor técnico da Confederação Brasileira de Squash e treinador do esporte em Goiânia.
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