Gustavo Cabral: Preferência por vacina da Pfizer por viagem é 'ridículo'
O colunista de VivaBem do UOL Gustavo Cabral disse hoje que considera "ridículo" a preferência de pessoas pela vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech com a intenção de fazer viagens ao exterior em breve. A reportagem do UOL demonstrou que o imunizante virou o preferido em postos de saúde da cidade de São Paulo, por exemplo.
Em participação no UOL News, o biólogo e imunologista disse que o importante nesse momento é "controlar a pandemia", até para que a atividade econômica seja retomada integralmente.
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Isso é ridículo, o que a gente precisa é controlar a pandemia. Com todo o respeito, o que a gente precisa agora é controlar essa pandemia para salvar vidas e poder levar às atividades que mantenham a vida e que evitem mais pessoas passarem fome.
Gustavo Cabral, colunista de VivaBem do UOL
Cabral lembrou que o imunizante da Pfizer já foi "uma das vacinas mais recusadas", e citou o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou que a vacina poderia transformar quem a tomasse em um jacaré.
"Essa é a vacina da Pfizer que usa a tecnologia do RNA mensageiro, que a funcionalidade dele básica é levar a informação do coronavírus, que é a proteína Spike, que é a chave do vírus para entrar na célula. Ela leva informação para a nossa célula e produz a proteína do coronavírus, e aí vai estimular o sistema imunológico", explicou o colunista.
A tecnologia é diferente das outras duas vacinas em aplicação no país. A CoronaVac, do Instituto Butantan, é feita com vírus inativado. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) usa a técnica de um vetor viral não replicante, que significa utilizar um vírus vivo — como um adenovírus, do resfriado comum. Ele não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde.
Hoje é a vacina queridinha, mas é a mesma vacina que o presidente disse que poderia nos transformar em jacaré e muitos seguidores, inclusive médicos, falaram que poderia mudar nosso DNA, de forma extremamente estúpida.
Gustavo Cabral, colunista de VivaBem do UOL
O biólogo ponderou que o imunizante tem características boas e "características não tão boas", como a necessidade diferenciada de refrigeração, que, segundo ele, "não favorece a distribuição nacional".
Anvisa muda bula da vacina
Após a aplicação do imunizante começar no Brasil apenas pelas capitais, justamente pela necessidade maior de refrigeração, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou hoje que aprovou novas condições de armazenamento e conservação para a vacina da Pfizer. A nova bula amplia o tempo que a vacina pode ser reservada, entre 2 a 8 graus Celsius, para até 31 dias em refrigeradores comuns.
Em comunicado, a Pfizer disse que a mudança da bula, que foi solicitada pela própria farmacêutica, vai favorecer a distribuição do imunizante para mais municípios brasileiros além das capitais.
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