Doria volta a prorrogar fase de transição do Plano SP, agora até dia 30
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje uma nova prorrogação da fase de transição do Plano São Paulo, em vigor desde 18 de abril, por mais 17 dias. Duas semanas após a última decisão de manter as atuais medidas restritivas, as determinações foram prorrogadas para todo o estado até o próximo dia 30.
A decisão vem na esteira do aumento no ritmo de novas internações pela covid-19 em São Paulo, que chegou a 82,1%. Nos municípios com ocupação acima de 90%, o governo estadual incentivará ainda medidas específicas para cada.
Devido aos aumentos no índice da pandemia, o Centro de Contingência recomendou prorrogar por mais duas semanas a atual fase de transição do Plano SP. Uma medida de cautela, de proteção, para proteger a vida das pessoas. Temos certeza que estaremos evoluindo de forma segura a partir das próximas semanas."
João Doria
Ainda mantemos patamares elevados, e isso faz com que o governo de São Paulo se mantenha alerta. Por isso, manter essa fase de transição por mais 14 dias é diminuir a circulação do vírus. Antes, falamos: 'fique em casa enquanto arrumamos a saúde. Agora, falamos: 'saiam com responsabilidade, evitem as aglomerações, usem a máscara, façam o distanciamento social'.
Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde de São Paulo
Hoje, já são mais de 11.189 pacientes em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no estado, e mais 13.358 se recuperando da doença em enfermarias. A avaliação do Centro de Contingência é que os números devem subir nos próximos dez dias, mas não preveem colapso no estado.
Por isso, avaliaram que não era necessário, ainda, apertar mais, mas também consideram que não é hora de novos relaxamentos — algo que poderia passar uma mensagem errada à população.
O Centro de Contingência vê com preocupação o momento que estamos enfrentando da pandemia, com manutenção de casos, uma elevação, ainda que pequena, em internações, e, por isso, recomendou a manutenção dessa fase de transição em mais duas semanas.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência
"Tivemos uma estabilidade nos números, o que mostra que não tivemos aquela velocidade que tivemos em março em abril. Mas, que também mostra que a transmissão do vírus é muito alta", completou Paulo Menezes, coordenador do comitê. "É preciso muito cuidado, muita colaboração. Não podemos ter aglomerações de forma alguma. Devemos seguir com todas as medidas que controlam a disseminação do vírus."
A última flexibilização das medidas restritivas de combate à covid-19 quanto ao horário do comércio foi há pouco mais de um mês, quando o limite de funcionamento passou das 20h para as 21h. Atualmente, a ocupação máxima permitida para os estabelecimentos é de 40%.
Desde a última prorrogação da fase de transição, havia a expectativa passada pela gestão de Doria de que a partir da próxima semana o horário fosse ampliado para até as 22h e a capacidade para até 60%.
Preocupação com o interior
De acordo com os médicos do comitê, os números têm crescido em especial no interior do estado. Para contornar, agora o estado deverá fazer sugestões específicas a todos os municípios que apresentarem índice de internação em UTI superior a 90%.
"O Centro de Contingência recomendou ao governo a redução do horário de funcionamento de alguns setores econômicos em algumas regiões. Por tanto, o governo encaminhará a municípios acima de 90% de ocupação dos leitos de UTI para que avaliem a necessidade, a pertinência, de se adotar medidas além daquelas já adotadas pelo Plano São Paulo", afirmou Gabbardo.
Atualmente, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, oito das 17 regiões apresentam ocupação acima de 90%:
- Barretos (95%)
- Franca (91,2%)
- Marília (95,3%)
- Presidente Prudente (92,9%)
- Registro (92,6%)
- Ribeirão Preto (94,6%)
- São João da Boa Vista (90,6%)
- Sorocaba (90%)
Outras quatro estão próximas: Araraquara (87,8%), Bauru (89,9%), Piracicaba (87,6%) e São José do Rio Preto (87,2%).
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