'Nada a temer', diz cientista chinesa no centro de polêmica sobre covid
As acusações de que um laboratório na China conduziu experimentos arriscados, com coronavírus de morcegos em laboratórios, são infundadas, diz a virologista chinesa Shi Zhengliem, que pesquisa o vírus em um laboratório estatal em Wuhan, cidade onde ele foi identificado pela primeira vez, em entrevista ao jornal New York Times.
"Como posso oferecer evidências de algo onde não há evidências?" afirmou."Não sei como o mundo chegou a isso, despejando imundície constantemente sobre um cientista inocente", escreveu ela em uma mensagem de texto.
Pedidos do governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês passado para investigar a fundo a teoria de que o vírus pode ter surgido em um laboratório, bem como pedidos de cientistas por mais transparência por parte da China, trouxeram a ideia ao foco novamente, após ter sido altamente rejeitada por cientistas por ser considerada implausível — com a maioria acreditando que o vírus passou de um animal para um humano em ambiente fora do laboratório. Mas sem provas diretas de um vazamento natural, mais cientistas e políticos reacenderam a discussão.
A virologista chinesa nega as acusações e agora encontra-se defendendo a reputação de seu laboratório e, por extensão, de seu país. Ela nega que seu laboratório continha fonte do novo coronavírus antes da explosão da pandemia.
Pequim permitiu que uma equipe de especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) visitasse o país, mas limitou seu acesso.
A recusa por parte da China em permitir uma investigação independente no laboratório estatal ou compartilhar dados sobre a pesquisa faz com que seja difícil validar as afirmações de Shi, alimentando suspeitas que interligam como a pandemia se espalhou em uma cidade que hospeda o Instituto de Virologia de Wuhan, conhecido por realizar pesquisas em coronavírus de morcego.
Recentemente, a virologista negou que três pesquisadores de seu instituto foram ao hospital em novembro de 2019 com sintomas semelhantes aos da gripe, antes mesmo que os primeiros casos de covid-19 fossem reportados.
Em tempos menos polarizados, Shi era um símbolo de progresso científico da China, na vanguarda de pesquisa com vírus emergentes, e ao longo dos anos coletou mais de 10.000 amostras de morcegos de todo o país.
Shi disse que o que ela viu como a politização da questão minou seu entusiasmo por investigar as origens do vírus. Em vez disso, ela se concentrou nas vacinas contra covid-19 e nas novas mutações.
"Tenho certeza de que não fiz nada de errado", escreveu ela. "Portanto, não tenho nada a temer."
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