Covid: 12 estados têm óbitos em alta e média de mortes é a maior em 39 dias
Com números em alta, o Brasil se aproxima da marca de 500 mil mortes pela covid-19. Somente hoje foram registradas 2.449 novas mortes, colocando a média móvel em tendência de aceleração pelo segundo dia consecutivo. Doze estados também apresentam alta, maior número em mais de dois meses.
Com os dados de hoje, o país chega a 498.621 mortes ao todo pela doença. Além disso, hoje o país se aproximou de registrar 100 mil novos casos. Foram 98.135 diagnósticos, elevando o total para 17.802.176. Os dados são obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
Os dados não representam quando os óbitos e diagnósticos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases oficiais dos governos.
Hoje o país teve a maior média móvel de mortes desde 10 de maio. Foram 2.039 óbitos em média nos últimos sete dias, o que indica uma aceleração de 24% na comparação com 14 dias atrás. Desde ontem, o país voltou à tendência de alta.
A média móvel diária de mortes é a melhor forma de analisar o comportamento da pandemia no país, pois ela corrige o represamento de dados que ocorre nas secretarias de saúde dos estados durante os fins de semana e feriados.
O dado de hoje é comparado com o índice de 14 dias atrás —que é o tempo comum de manifestação da doença. Se essa variação fica acima de 15%, há aceleração, abaixo de -15% é desaceleração e, entre os dois índices, indica tendência de estabilidade.
O índice está acima de 1.000 há 149 dias. Durante a chamada primeira onda, o maior tempo que a média móvel ficou acima de mil foi 31 dias.
Seis estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. A soma do total de vítimas destes locais (1.851) representa mais do que a metade do total de mortes no país:
- São Paulo - 714
- Paraná - 495
- Minas Gerais - 254
- Rio de Janeiro - 173
- Rio Grande do Sul - 113
- Bahia - 102
Desses estados, 12 tiveram hoje tendência de alta na média móvel, o maior número desde 12 de abril. Outros 12 tiveram estabilidade e apenas Espírito Santos, Rio Grande do Norte e Distrito Federal tiveram queda.
Das regiões, Sudeste (24%) e Sul (70%) apresentaram aceleração. Já Centro-Oeste (2%), Nordeste (7%) e Norte (10%) se mantiveram estáveis.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-37%)
- Minas Gerais: alta (22%)
- Rio de Janeiro: alta (34%)
- São Paulo: alta (27%)
Região Norte
- Acre: estável (-7%)
- Amazonas: estável (3%)
- Amapá: alta (37%)
- Pará: estável (14%)
- Rondônia: alta (16%)
- Roraima: alta (56%)
- Tocantins: estável (-12%)
Região Nordeste
- Alagoas: estável (5%)
- Bahia: estável (9%)
- Ceará: alta (27%)
- Maranhão: alta (19%)
- Paraíba: alta (27%)
- Pernambuco: estável (-13%)
- Piauí: estável (-4%)
- Rio Grande do Norte: queda (-17%)
- Sergipe: estável (9%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-24%)
- Goiás: alta (16%)
- Mato Grosso: estável (7%)
- Mato Grosso do Sul: estável (-8%)
Região Sul
- Paraná: alta (172%)
- Rio Grande do Sul: alta (20%)
- Santa Catarina: estável (-14%)
Dados do Ministério da Saúde
Nesta sexta-feira (18), o Ministério da Saúde informou que o Brasil reportou 2.495 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, houve 498.499 óbitos provocados pela doença em todo o país.
Pelos números da pasta, houve 98.832 casos confirmados de covid-19 no Brasil entre ontem e hoje. O total de infectados chegou a 17.801.462 desde março de 2020.
De acordo com o governo federal, 16.136.968 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.165.995 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de saúde das 27 unidades da federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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