'Não me preocupo com questões políticas', diz Queiroga sobre CPI da Covid
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que passou da condição de testemunha a investigado pela CPI da Covid no Senado, afirmou hoje que "não se preocupa com questões políticas" e que seu foco é vacinar a população brasileira.
"Eu sou um agente sanitário e não me preocupo com essas questões políticas. Eu tenho um foco, que é vacinar a população brasileira", disse Queiroga, acompanhado da Maria Gotinha, um dos símbolos da campanha de vacinação, durante o lançamento do projeto "PaqueTá Vacinada", no Rio de Janeiro..
Indagado também sobre as manifestações de ontem contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em diversas cidades do país, o ministro da Saúde se limitou a dizer que "o povo julga".
Na sexta-feira (18), Queiroga passou à condição de investigado pela CPI da Covid. O nome dele consta em uma lista divulgada pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que também inclui o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
O atual comandante da pasta foi incluído na relação de investigados da CPI por ter sugerido à OMS (Organização Mundial da Saúde) diálogo sobre o tratamento precoce da covid-19, método defendido por Bolsonaro, mas que não tem eficácia comprovada. Além disso, segundo o relator, o ministro "mentiu muito" em seus dois depoimentos aos senadores.
'Passaporte para a liberdade'
Queiroga também voltou a prometer vacinar, até o fim do ano, toda a população brasileira acima de 18 anos com duas doses contra a covid-19 e afirmou que a imunização representa um "passaporte para a liberdade" e para uma "nova vida".
"Até o final do ano, toda a população brasileira acima de 18 anos será imunizada contra a covid-19, com duas doses, um passaporte para a nossa liberdade, um passaporte para uma nova vida", afirmou Queiroga na manhã de hoje
O ministro fez elogios à infraestrutura de imunização brasileira, uma das maiores do mundo, e voltou a dizer que o país tem capacidade para vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia.
Queiroga, que já havia lamentado ontem as 500 mil mortes pela covid-19 no país, prestou novamente solidariedade ao familiares e amigos das vítimas e afirmou que a melhor forma de vencer a doença é o trabalho conjunto entre União, estados e municípios. A fala contraria postura de Bolsonaro, que, dede o início da pandemia, tem se manifestado contra ações de governadores e prefeitos que decretam medidas restritivas para frear o avanço do vírus.
"Para enfrentá-lo [o coronavírus], a principal ferramenta é o Sistema Único de Saúde e a união do princípio tripartite do SUS, e a sua eficiência é a certeza de que nós haveremos de vencer o nosso único inimigo, que é o vírus", declarou.
Estudo em Paquetá
Queiroga aplicou as primeiras doses da vacina em moradores de Paquetá, que no dia 22 de agosto receberão a segunda dose e em setembro realizarão um evento teste para saber os efeitos de aglomerações em regiões onde toda a comunidade está vacinada.
Em um primeiro momento, o prefeito Eduardo Paes (PSD) havia anunciado a realização de um Carnaval na ilha para testar a vacina, o que foi rechaçado pelos moradores, que temem o aumento da presença de pessoas de fora, e por avaliarem que não há motivo para comemoração de uma festa como o Carnaval em meio a mais de 500 mil mortos.
De acordo com o presidente da Associação dos Moradores de Paquetá, Guto Pires, a tendência é de que o evento teste, que será feito em um parque fechado da Ilha, seja um show.
"A Fiocruz vai fazer o estudo com um público controlado, de 500 a 600 pessoas, porque depois é preciso fazer vários testes. O anúncio do Carnaval foi um momento ruim do prefeito (Paes) e ele mesmo não está mais falando disso", afirmou Pires.
(*Com informações do Estadão Conteúdo)
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