Vacina de covid não altera qualidade de espermatozoides, demonstra estudo
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Miami e publicado na revista JAMA mostrou que a vacina de mRNA da Pfizer/BioNTech e da Moderna não alteram a qualidade e nem a quantidade de espermatozoides.
A pesquisa foi desenvolvida após essa fake news circular em redes sociais. O levantamento, que começou em dezembro de 2020 e terminou em abril, foi feito após uma pesquisa constatar que só 56% dos homens relatarem que receberiam uma dessas vacinas, apesar do alto índice de eficácia.
E como o estudo foi feito?
- Os especialistas avaliaram os espermatozoides de 45 voluntários pré-selecionados saudáveis e que não tinham problemas de infertilidade;
- Eles tinham idades entre 18 e 50 anos e receberiam uma das vacinas de mRNA contra a covid-19;
- Os que tinham qualquer sintoma de covid-19, ou que haviam testado positivo nos últimos 90 dias, foram excluídos dos testes;
- Os participantes forneceram uma amostra de sêmen após 2 a 7 dias de abstinência (sem sexo), antes de receber a primeira dose da vacina, e aproximadamente 70 dias após a segunda.
- As análises incluíram o volume de sêmen, concentração de espermatozoides, motilidade espermática e contagem total de espermatozoides.
Quais foram os resultados?
"Neste estudo de parâmetros de esperma antes e depois de 2 doses de uma vacina de mRNA, não houve diminuições significativas em qualquer parâmetro de esperma entre esta pequena coorte de homens saudáveis. Como as vacinas contêm mRNA, e não o vírus vivo, é improvável que a vacina afete os parâmetros do esperma", explicaram os autores do estudo.
A contagem média de espermatozoides aumentou de 26 milhões de células por m/ml (mililitro de fluido) para 30 (m/ml) após a segunda dose. O volume do sêmen e a motilidade do esperma também aumentaram significativamente.
O maior aumento na contagem de espermatozoides foi de cerca de 90%, e a maior redução de 20%. Mas vale ressaltar que os aumentos podem não ser por causa da vacina, uma vez que eles se enquadram nas flutuações normais da contagem de espermatozoides.
"Além disso, o aumento pode ser devido ao aumento do tempo de abstinência antes da segunda amostra", avaliaram os pesquisadores, destacando que o estudo é limitado, teve um acompanhamento curto e faltou um grupo controle.
"Além disso, embora a análise do sêmen seja a base da avaliação da fertilidade masculina, é um indicador imperfeito do potencial de fertilidade. Apesar disso, o período de tempo do estudo abrange todo o ciclo de vida dos espermatozoides", concluíram os autores.
A doença pode reduzir fertilidade, não a vacina
Um estudo publicado em janeiro desse ano na revista Society for Reproduction and Fertility, mostrou que o vírus em si pode prejudicar a fertilidade.
Para avaliar, os pesquisadores compararam o sêmen de homens saudáveis sem covid-19 com aqueles que tiveram a doença.
Eles identificaram uma "inflamação e estresse oxidativo" nos homens que se recuperaram da doença, além de alteração na concentração e mobilidade dos espermatozoides.
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