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O que as batidas do seu coração dizem sobre você e sua saúde

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Imagem: iStock

Patrícia Beloni

Colaboração para VivaBem

22/06/2021 04h00

Você sabia que as batidas do coração podem dizer muito sobre a sua saúde e que elas mudam de acordo com nosso estado físico-emocional?

Às vezes mais rápidos, às vezes mais lentos, os batimentos cardíacos revelam o quanto o coração está bombeando sangue. Quanto mais rápido, mais necessidade de oxigênio está sendo solicitada pelas nossas células para gerar energia.

As batidas cardíacas correspondem aos movimentos de contração e relaxamento do coração. Eles são chamados de sístole e diástole, respectivamente, e podem variar de pessoa para pessoa, de acordo com a idade, nível de sedentarismo e hábitos de vida. A quantidade de batimentos por minuto (bpm) é denominada frequência cardíaca.

Como checar a frequência cardíaca

Em casa, a frequência pode ser checada colocando os dedos indicador e médio sobre o pulso ou na região lateral do pescoço, pressionando levemente para sentir a pulsação (sensação do batimento). Conta-se a quantidade de batidas durante um minuto.

Também pode ser verificada por meio do uso do estetoscópio pelos médicos, de aparelhos como os medidores de pressão e de alguns exames, como o eletrocardiograma, que monitora o funcionamento do coração para identificar problemas no ritmo cardíaco.

Hoje existem smartphones e relógios podem fazer essa medição, mas indica-se cuidado no uso deles para realizar diagnósticos, já que podem não captar os dados com tanta precisão.

Valores de referência

Em adultos, a frequência cardíaca é considerada normal quando está entre 60 e 100 bpm, mas pode ser diferente se o indivíduo estiver em repouso, praticando exercícios ou sob efeitos de estimulantes, como a cafeína, medicações, ou ainda com alguma condição de saúde específica.

Em atletas treinados, esse valor pode chegar até 60 bpm, o que para eles é considerado normal (40 bpm durante o dia e 30, 35 bpm de noite). Mas esse valor pode variar, daí a importância de consultar um médico antes de iniciar as atividades físicas. É ele que vai estabelecer qual a sua faixa segura de frequência cardíaca.

O que os batimentos indicam

Eletrocardiograma, coração, batimento - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Nem sempre é possível perceber os batimentos cardíacos e as suas alterações. Mas é importante ficar atento quando eles aceleram ou diminuem muito e são acompanhados de sintomas como tontura, sudorese, desconforto, dor no peito, desmaio, alteração da visão, fala, fraqueza, falta de ar, ou aconteça durante longos períodos mesmo quando se está em repouso.

Por isso a necessidade de conhecer a frequência cardíaca e conseguir avaliar alterações que pedem uma avaliação médica.

Quando ela está fora do que se está acostumado, muito rápida ou muito lenta, pode indicar alguma doença. A sensação de que o coração dá uma pausa, por exemplo, também é um sinal de alerta.

Quando o coração bate fora do ritmo considerado normal, configura-se uma condição chamada de arritmia cardíaca, que pode se manifestar ou com frequência maior (taquicardia) ou menor (bradicardia). Pode ser causada por ansiedade, estresse, problemas na tireoide, anemia e outras doenças do coração.

Cada tipo de batimento pode estar associado a um tipo:

  • Acima de 100 bpm

No repouso, os batimentos acima de 100 bpm podem indicar taquicardia supraventricular ou ventricular, que acontece quando os batimentos cardíacos se aceleram rapidamente e se originam ou nos átrios (as câmaras superiores do coração) ou nos ventrículos (câmaras inferiores).

Álcool, café e uma simples excitação pode levar ao quadro, mas também podem ser de nascença ou estarem associadas a outras doenças cardíacas, como diabetes e hipertensão.

  • Abaixo de 60 bpm

Pode ser bradicardia (normal em atletas) e estar relacionada com o uso de medicamentos, como betabloqueadores, que são utilizados para doenças da tireoide, por exemplo.

Também pode ser causada por outras doenças cardíacas, como inflamações ou disfunções na tireoide. Costuma ser comum em pessoas mais idosas.

Existe ainda a fibrilação atrial, uma das arritmias mais comuns, acometendo mais de 45 milhões de pessoas no mundo. Acontece quando a região do coração chamada de átrio contrai de forma irregular, que pode ser acelerada ou lenta. Está associada ao excesso de bebidas alcoólicas, mas também a problemas do coração.

Cuidados e tratamento

Exercícios físicos, batimento cardíaco  - iStock - iStock
Imagem: iStock

Cada arritmia e indivíduo vai exigir um tipo de tratamento, mas para manter a saúde do coração, é importante manter o peso adequado, praticar exercícios (aeróbicos, principalmente, porque auxiliam o coração a otimizar o uso do oxigênio) e ter um estilo de vida saudável (hábitos e alimentação).

Lembrando que quanto menor a frequência cardíaca mais sinal de um coração saudável, desde que dentro dos padrões ideias de cada pessoa, que podem variar.

Mas caso surja algum sintoma ou alteração de frequência incomum, é essencial não realizar nenhum tratamento caseiro.

A primeira orientação é sentar e apoiar o tórax e a cabeça para evitar quedas, principalmente nos idosos. Se os sintomas melhorarem, é aconselhável procurar um cardiologista para diagnóstico. Caso contrário, se depois de alguns minutos o desconforto permanecer, é indicado ir ao pronto-socorro.

Fontes: Carolina Thé Macedo, cardiologista do Hospital São Rafael, em Salvador; Ricardo Petraco, cardiologista, professor e pesquisador na Imperial College de Londres, na Inglaterra; Ausonius Magno Ferreira, cardiologista do Hospital Albert Sabin, em São Paulo (SP).