Apenas uma de 17 regiões não estaria na fase vermelha do 'antigo' Plano SP
Apenas uma das 17 regiões paulistas não seria classificada na fase vermelha, a mais restritiva, se o Plano São Paulo voltasse a seguir os parâmetros estabelecidos até março deste ano.
Com dados da Secretaria Estadual da Saúde até as 17h de ontem (21), só a Baixada Santista teria indicadores para ficar na fase laranja do plano de flexibilização econômica. O governo paulista deverá anunciar mudanças nas ações de controle da pandemia amanhã. A expectativa é que abandone a fase de transição, vigente desde abril, e retome a regionalização.
Governo avalia cinco indicadores
Ao UOL, o governo paulista delegou a responsabilidade aos municípios. Em nota, afirmou que, desde a criação do Plano SP, "tem sido reiterado que as cidades podem e devem acionar estratégias mais restritivas, se necessário, para o cenário local".
O Plano São Paulo foi criado em março do ano passado para ajudar a combater a transmissão de covid-19 no estado e organizar a retomada econômica. Até março deste ano, as fases eram baseadas em cinco indicadores:
- porcentagem de ocupação de leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) para covid;
- ocupação por 100 mil habitantes de leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) para covid;
- novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias;
- novas internações por 100 mil habitantes em 14 dias; e
- óbitos por 100 mil habitantes em 14 dias.
O plano era dividido em cinco fases (da azul à vermelha) e estabelecia que cada região seguiria a cor de seu pior indicador. Ou seja, se todos os critérios estivessem elegíveis para verde e um no vermelho, é na fase vermelha que esta região ficaria.
Segundo estes critérios, pelo menos 15 das 17 regiões já passariam para a fase mais restritiva pela só pela porcentagem de ocupação de UTIs. Apenas Araçatuba (74,2%) e Baixada Santista (60,6%) estavam com lotação inferior aos 75% ontem —porcentagem indicada para a fase laranja:
- Araraquara: 88,3%
- Barretos: 95,1%
- Bauru: 90,6%
- Campinas: 80,1%
- Franca: 84,6%
- Grande São Paulo: 76,3%
- Marília: 94,9%
- Piracicaba: 88,9%
- Presidente Prudente: 92,4%
- Registro: 81,5%
- Ribeirão Preto: 92%
- São João Da Boa Vista: 93,5%
- São José Do Rio Preto: 89,1%
- Sorocaba: 89%
- Taubaté: 77%
A região de Araçatuba, no entanto, seria classificada para a vermelha por outros dois indicadores: média de novos óbitos (20,8) e de novos casos (745,8) por 100 mil habitantes. A Baixada Santista segue com todos os indicadores para a fase laranja.
Fase vermelha aumentaria restrições
A ida de praticamente todo o estado para a fase vermelha representaria um recrudescimento das regras. A atual fase de transição, que já sofreu diversas mudanças, está mais próxima da fase amarela, no centro do plano, do que entre as mais rígidas.
Se a vermelha entrasse em vigor, quase todas as atividades abertas atualmente no estado, fechariam. Veja as diferenças:
Comércio, serviços e restaurantes
Na fase atual, funcionam das 6h às 21h, com 40% de ocupação. Na vermelha, estão proibidos.
Eventos e atividades culturais
Na fase atual, funcionam das 6h às 21h, com 40% de ocupação e proibição para aglomerações. Na vermelha, estão proibidos.
Atividades religiosas
Na fase atual, funcionam com 40% de ocupação. Na vermelha, estão proibidas.
Eventos com aglomeração
Proibidos em todas as fases do Plano SP.
Regiões seguem na pior fase da pandemia
Como o UOL mostrou na semana passada, o interior de São Paulo segue na pior fase da pandemia. Em algumas regiões, indicadores como ocupação de leitos e média de óbitos chegou a ter uma leve queda após as fases restritivas, mas nunca chegaram a sair do nível crítico.
É o caso de Barretos e Marília. A primeira teve média de ocupação de UTI acima dos 90% durante 43 dias (de 11/03 a 22/04). Com medidas de restrição mais rígidas, passou uma semana com índices entre 87% e 89% e logo voltou ao patamar anterior, com 95,1% nos dados atuais.
Já Marília, que chegou a 97,37% de ocupação nos dias 25 e 26 de maio, não tem capacidade inferior a 90% há mais de 100 dias, desde 10 de março. No último dado, estava em quase 95%.
Bauru não está muito melhor. Com ocupação acima dos 90% de 7 de fevereiro a 16 de abril (69 dias), a região segue com variação entre 89% e 92%, sem uma queda expressiva.
A avaliação do Centro de Contingência é que algumas cidades e regiões não têm seguido as diretrizes à risca. Os decretos estaduais são sugestões às cidades, que têm autonomia para estabelecerem suas próprias regras.
De acordo com os indicadores do comitê, o estado voltou a apresentar queda média de internações na última semana. Eles avaliam que ainda é preciso analisar um pouco mais para estabelecer uma tendência, mas a expectativa é positiva.
Tendência é regionalização do Plano SP
Para resolver a questão, a expectativa é que o Centro de Contingência e o governo paulista anunciem amanhã (23) a retomada da regionalização do Plano SP.
Desde o início de março, quando o governo instituiu a fase emergencial, mais restritiva que a vermelha, as medidas estão valendo para o estado inteiro, mas, com a discrepância de algumas regiões, os médicos avaliam que o modelo segmentado pode ser mais eficiente.
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