Covid: estudo conclui que 98% das pessoas recuperam olfato em até 1 ano
A incapacidade de sentir odores (anosmia) é um sintoma comum da covid-19 e ocorre em cerca de 86% dos pacientes com quadros leves da doença provocada pelo coronavírus. E, mesmo depois de curadas, muitas pessoas demoram meses para recuperar completamente o olfato.
Uma pesquisa realizada por cientistas da França e do Canadá analisou a duração da perda de olfato em 97 pessoas que tiveram covid, sendo que 51 realizaram tanto análises subjetivas (autoavaliação dos pacientes) quanto testes objetivos (exames psicofísico).
No grupo que passou por avaliação clínica, 84% dos participantes recuperaram o olfato quatro meses após a infecção pelo coronavírus e, após um ano, somente duas pessoas permaneceram com a capacidade de sentir odor prejudicada. Entre os voluntários que fizeram somente a autoavaliação, 23% apresentaram recuperação satisfatória em quatro meses e o restante relatou a melhora no período de até 12 meses. Portanto, somando os dois grupos, 98% das pessoas recuperaram o olfato em um ano.
Publicado no Jama (Journal of the American Medical Association), o estudo trouxe um fato curioso. Entre os participantes que após quatro meses foram considerados recuperados na avalização psicofísica, 57% relataram que ainda tinham alterações de olfato —o que mostra que em muitos casos pode haver uma superestimação do problema pelos pacientes. "Isso destaca a importância da aplicação de ambos os métodos para avaliação do distúrbio olfativo pós-viral", escreveram os pesquisadores.
Como o estudo foi feito
- Participaram da pesquisa 67 mulheres e 30 homens que tiveram covid-19 e apresentaram perda aguda de olfato por mais de sete dias.
- Em 51 voluntários (grupo 1), a anosmia foi avaliada de forma objetiva (com testes psicofísicos) e subjetiva (relatada pelos próprios participantes). Os outros 46 participantes (grupo 2) fizeram apenas a avaliação subjetiva.
- Após quatro meses, 23 pessoas (45%) do grupo 1 relataram (autoavaliação) ter recuperado completamente o olfato; 27 (53%) relataram recuperação parcial; e uma pessoa relatou não ter nenhuma recuperação.
- No teste psicofísico após quatro meses, em 43 pacientes (84,3%) do grupo 1 foi constatado que o olfato estava normal e não havia alteração no sentido, inclusive em 19 das 27 pessoas que se autoavaliaram como apenas parcialmente recuperadas.
- Dos oito pacientes restantes no grupo 1 com problemas de olfato, seis tiveram o sentido avaliado como normal após oito meses. Em um ano, somente dois pacientes permaneceram com alteração na capacidade de sentir cheiros.
- No grupo 2 (que fez só autoavalização), 13 pessoas (28%) relataram recuperação satisfatória (total ou parcial) do olfato em 4 meses. Os outros 33 voluntários relataram o mesmo em até 12 meses.
Com base nesses resultados, os cientistas concluíram que a anosmia persistente relaciona à covid-19 tem prognóstico excelente, geralmente com recuperação completa em até um ano, mas acreditam que em certos casos possa haver um adicional de 10% nesse prazo —ou seja, algumas pessoas vão levar um ano e pouco mais de um mês para se recuperarem.
Segundo os pesquisadores, as principais limitações do estudo são não terem realizado avalização psicofísica em todos os participante e a maioria dos participantes ser formada por pessoas com menos de 50 e por mulheres, sendo que esses dois fatores estão positivamente associados a uma maior chance de recuperação completa do olfato.
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