Topo

Covid: 3,8 milhões de pessoas estão com a 2ª dose da vacina atrasada

UBS Ceci, na zona sul de São Paulo, é ponto de vacinação contra a Covid-19 - RENATO S. CERQUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
UBS Ceci, na zona sul de São Paulo, é ponto de vacinação contra a Covid-19 Imagem: RENATO S. CERQUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

27/06/2021 04h00

Boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde aponta que pelo menos 3,8 milhões de brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não foram receber a segunda e estão com o esquema vacinal atrasado. O número corresponde a 15% de quem deveria ter ido a um posto de saúde fechar o ciclo.

A análise foi feita pelo ministério com base nos dados registrados na Rede Nacional de Dados em Saúde entre 17 de janeiro a 14 de junho. O boletim foi publicado na última sexta-feira.

Especialistas reforçam a importância de tomar as duas doses e alertam para o risco de a pessoa não completar a vacinação.

Até aquela data, segundo o boletim, 52 milhões de pessoas haviam recebido a primeira dose de uma das três vacinas até então disponíveis (AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer). Dos que tomaram a primeira dose, 25,4 milhões deveriam ter tomado a segunda dose, mas apenas 21,6 milhões (85%) dessas pessoas foram aos postos fechar o ciclo vacinal.

Até ontem, segundo dados mais atualizados do consórcio de imprensa, 25,2 milhões de brasileiros completaram o ciclo de vacinação com as duas doses.

Pessoas com a 2ª dose atrasada por estado:

  • Acre - 13.765
  • Alagoas - 34.652
  • Amapá - 11.199
  • Amazonas - 96.964
  • Bahia - 300.507
  • Ceará - 183.372
  • Distrito Federal - 28.716
  • Espírito Santo - 93.681
  • Goiás - 64.736
  • Maranhão - 73.394
  • Mato Grosso - 41.913
  • Mato Grosso do Sul - 43.338
  • Minas Gerais - 393.559
  • Pará - 106.819
  • Paraíba - 80.890
  • Paraná - 98.105
  • Pernambuco - 189.467
  • Piauí - 43.925
  • Rio de Janeiro - 484.167
  • Rio Grande do Norte - 49.555
  • Rio Grande do Sul - 249.112
  • Rondônia - 24.469
  • Roraima - 11.182
  • Santa Catarina - 77.214
  • São Paulo - 998.958
  • Sergipe - 36.557
  • Tocantins - 13.884

"Para avaliação do atraso no esquema vacinal foram considerados os registros cujo o intervalo de tempo da administração da D1 [primeira dose] com ausência de registro de D2 [segunda dose] encontrava-se superior a 84 dias para as vacinas AstraZeneca/ Fiocruz e Pfizer/Comirnaty e superior a 28 dias para vacina Sinovac/Butantan [CoronVac], tendo em vista os prazos recomendados para a segunda dose de cada uma dessas vacinas 12 e 4 semanas, respectivamente", relata o boletim.

O documento do ministério ainda explica que o número pode ter variação da situação real da data, já que existem atrasos nos registros, em especial nas localidades onde há dificuldade de acesso à internet. "Destaca-se que ao redor de 14,6 milhões de doses foram disponibilizadas na RNDS [Rede Nacional de Dados em Saúde] após sete dias da vacinação, a despeito da disponibilidade de um sistema de informação online e de instrumentos legais regulamentando o registro oportuno."

Quem está em atraso da segunda dose deve procurar o posto de saúde o quanto antes para fechar o ciclo vacinal. "Não existe um tempo máximo de atraso estabelecido como seguro no caso da vacina contra a covid-19, ainda não temos tantos dados. Por isso, quanto mais rápido puder ser feito, melhor", explica Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações)

Diante do alto número de ausentes, os técnicos sugerem "desencadear ações junto a estados e municípios para identificar estratégias mais efetivas para a busca ativa dos faltosos".

Intercâmbio

Outro dado do levantamento aponta que, até 14 de junho, 89.212 pessoas receberam a primeira dose de um fabricante e a segunda dose de outra. Desses, 51.423 pessoas (58%) iniciaram o esquema com a vacina AstraZeneca e receberam a CoronaVac como segunda dose.

A mistura de vacinas não é aconselhada por especialistas por falta de teste. "Até o momento, não é recomendada a intercambialidade entre vacinas covid-19 no país", diz o boletim.