Fabricante da Covaxin nega irregularidades em tratativas com o Brasil
A Bharat Biontech, fabricante indiana da vacina contra a covid-19 Covaxin, informou hoje que seguiu todos os procedimentos regulatórios durante as tratativas com o Ministério da Saúde e negou ter recebido qualquer pagamento adiantado por parte do governo brasileiro.
"Desde as primeiras reuniões com o Ministério da Saúde, em novembro de 2020, até 29 de junho de 2021, as negociações foram passo a passo em direção ao contrato e às aprovações regulatórias", disse o laboratório indiano, em nota.
Ontem, o Ministério da Saúde decidiu suspender o contrato de compra da Covaxin após indícios de irregularidade e suspeita de corrupção. O contrato, que previa a compra de 20 milhões de doses da vacina, passará por uma análise da CGU (Controladoria-Geral da União).
O laboratório afirmou que não recebeu qualquer pagamento adiantado do governo brasileiro e que também não houve o fornecimento de doses da vacina para o país.
"A Bharat Biotech seguiu uma abordagem similar na direção de contratos, aprovações regulatórias e fornecimento em diversos países do mundo onde a Covaxin está sendo distribuída com sucesso", disse a empresa indiana.
Sobre a Precisa Medicamentos, empresa que está na mira da CPI da Covid, a Bharat Biotech afirmou que a companhia é sua parceira no Brasil, providenciando assistência e suporte em questões regulatórias, licenças, distribuição e segurança.
"A Bharat Biotech segue modelo de parceria semelhante em todos os países para os quais fornece vacinas e não possui escritórios próprios", declarou o laboratório.
Suspeitas sobre a Covaxin
Em depoimento À CPI da Covid, o servidor Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde ao Ministério Público Federal em Brasília, que é irmão do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), afirmou ter recebido uma "pressão atípica" para agilizar a liberação da Covaxin.
O Brasil aceitou pagar o valor de US$ 15 a dose pelo imunizante, bem acima do valor das demais vacinas contra a covid-19 adquiridas pelo país. As vacinas da Janssen e parte das vacinas da Pfizer, por exemplo, custaram US$ 10 a dose. Já a CoronaVac, vendida pelo Instituto Butantan, custou menos de US$ 6 a dose. O acordo foi assinado em 25 de fevereiro e prevê pagar, ao todo, R$ 1,6 bilhão.
Na nota, a Bharat Biotech voltou a dizer que o preço da Covaxin praticado fora da Índia é de US$ 15 a US$ 20 por dose. O valor maior em relação aos concorrentes seria para custear vacina mais barata em seu país, segundo o laboratório.
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