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Fiocruz aponta tendência de melhora em ocupação dos leitos de UTI por covid

Estudo da Fiocruz também sinaliza uma queda nos índices de mortalidade - Mister Shadow / Estadão Conteúdo
Estudo da Fiocruz também sinaliza uma queda nos índices de mortalidade Imagem: Mister Shadow / Estadão Conteúdo

Da Agência Fiocruz

01/07/2021 11h31Atualizada em 01/07/2021 12h09

A nova edição do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada ontem, destaca a tendência de melhora nas taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde).

O estudo também sinaliza uma queda nos índices de mortalidade, mas evidencia que o país enfrenta um alto platô de transmissão, em patamar muito superior ao observado em meados de 2020. O número de casos oscilou ligeiramentente, com queda de 0,2% ao dia, enquanto o de óbitos teve queda de 2,5% ao dia.

"É importante confrontar o comportamento das taxas de ocupação de leitos de UTI com os indicadores de incidência e mortalidade por Covid-19 nos estados e no Distrito Federal e buscar entender eventuais movimentações divergentes", observam os pesquisadores.

A dissonância observada entre o aumento nos registros de novos casos e a diminuição da mortalidade é explicada pelo avanço da vacinação no país. Hoje, a cobertura vacinal dentro dos grupos de risco, ou dos grupos prioritários, é mais ampla em relação ao restante da população.

Apenas três estados apresentam taxas de ocupação de leitos iguais ou superiores a 90%, são eles Tocantins, Paraná e Santa Catarina. Outros quinze estados, como Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, estão na zona de alerta intermediário, com índices variando entre 60% e 80%. Fora da zona de alerta, estão Rondônia, Acre, Amapá e Paraíba, com ocupação de leitos de UTI inferior a 60%.

No mês de abril, a curva de óbitos iniciou uma trajetória descendente, divergindo do padrão observado nos índices de transmissão, em alta desde fevereiro. O país então passou a registrar cerca de 2 mil mortes diárias.

No entanto, de acordo com o estudo, esse valor ainda é considerado muito alto, o que não permite afirmar que haja qualquer controle da pandemia no Brasil. Ao mesmo tempo, os pesquisadores apontam o impacto de casos graves sobre todo o sistema de saúde e sobre toda a sociedade brasileira.

Foi verificada uma pequena redução da taxa de letalidade, dada pela proporção de casos que resultaram em óbitos por Covid-19, que agora apresenta valor igual a 2,4 %.

Os números elevados de letalidade em alguns estados revelam falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde, como a insuficiência de testes de diagnóstico, a falta da triagem de infectados e do rastreamento de seus contatos e a necessidade de identificação de grupos vulneráveis.